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Intenção de consumo registra alta de 4,2%

Por Marina - 22 de Fevereiro 2018

A Intenção de Consumo das Famílias (ICF), apurada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), subiu 4,2% entre janeiro e fevereiro, para 87,1 pontos. Foi a maior elevação mensal da história do indicador, cuja série foi iniciada em janeiro de 2010, e levou o índice a atingir maior patamar desde junho de 2015 (91,7 pontos). Na comparação com fevereiro do ano passado, a alta foi de 13% no índice, também a maior da série.

 

O atual contexto favorável ao consumo, com inflação menos pressionada, juros mais baixos do que os praticados no passado, crédito mais acessível e sinais de reação no mercado de trabalho levaram ao resultado, explicou Bruno Fernandes, economista da entidade. 

 

 

Perspectivas para o varejo em 2018

 

A melhora recente das vendas em relação ao ano anterior levou a CNC a projetar crescimento de 5% para 2018 no desempenho das vendas do varejo ampliado. Esse cenário se baseia na percepção de continuidade de menor pressão de preços no curto prazo, além de uma expectativa de recuo no custo do crédito e recuperação do emprego e da renda ao longo do ano. Em 2017, as vendas do varejo ampliado, que incluem comércio de automóveis e material de construção, subiram 4% ante ano anterior, maior crescimento desde 2012 (8%).

 

De acordo com a CNC, o ambiente favorável ao consumo, hoje, é coerente com o quadro de recuperação gradual da atividade, que tem mostrado sinais consistentes, embora graduais, de retomada da demanda. "Há uma melhora no otimismo das famílias e no consumo. Isto não quer dizer explosão de consumo, no entanto", frisou Fernandes. "A recuperação [do consumo] é gradual", completou.

 

Entretanto, o economista comentou que, caso as condições atuais sejam mantidas, e as elevações do ICF continuem a mostrar saltos fortes como o observado em fevereiro, o indicador poderia chegar novamente aos 100 pontos ainda no primeiro semestre. Calculado até 200 pontos, o ICF mostra nível de insatisfação de consumo quando se posiciona abaixo de 100 pontos.

 

"Esperamos que a inflação este ano se mantenha em patamar favorável. E, ao mesmo tempo, o mercado de trabalho mostra ponto de inflexão", observou ele, lembrando que isto traz impacto positivo para renda e para o poder aquisitivo do consumidor.

 

ICF

 

No ICF, o impacto positivo do atual quadro favorável ao consumo foi perceptível na passagem de janeiro e fevereiro. Dos sete tópicos usados para cálculo do indicador, todos mostraram aumento tanto na comparação com mês imediatamente anterior, quanto na comparação com igual mês do ano passado. 

 

Em fevereiro ante janeiro, foram observadas altas em emprego atual (2,3%); perspectiva profissional (5,3%); renda atual (4,8%); compra a prazo (3,6%), nível de consumo atual (4,8%); perspectiva de consumo (3,6%); e momento para duráveis (5,8%). Na comparação com fevereiro do ano passado, foram registradas altas mais expressivas, chegando até a dois dígitos. É o caso das elevações em renda atual (10,3%); compra a prazo (16,8%), nível de consumo atual (19,9%);  perspectiva de consumo (25,7%); e momento para duráveis (23,5%). Houve, ainda, elevação nos tópicos de emprego atual (5,6%); e de perspectiva profissional (3,3%), nessa comparação.

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