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Varejo precisa ser humano, criativo e pessoal

Por Jeniffer Oliveira - 22 de Fevereiro 2018
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Utilizar tecnologias dentro e fora da loja, estar presentes em todas as plataformas e oferecer um novo serviço não será suficiente para atrair consumidores millennials. A chave do sucesso no varejo do futuro envolve inovações que possam oferecer personalização, facilidade, transparência nos preços, propósito de marca, bem-estar aos funcionários e uma experiência criativa ao consumidor. As tendências foram apontadas por professores do Centro de Varejo da Fundação Getulio Vargas (FGV), em congresso realizado na última quarta-feira (21/02), em São Paulo. Os professores compartilharam experiências de visitas às lojas de Nova York e a NRF 2018.

 

As ideias apresentadas buscam responder aos desafios que o varejo enfrenta atualmente. O caminho para as pessoas alcançarem as empresas foi transformado com as mídias sociais, a forma de consumo foi impactada por novos modelos que compartilham produtos e serviços. A chegada de consumidores millennials mostrou que é preciso olhar mais para o propósito em vez de só pensar no lucro. "Os hábitos de consumo mudaram. Vemos uma nova geração que gosta da boa vida, mas que não precisam mais comprar. Estão satisfeitos, por exemplo, em compartilhar", diz Marcos Fernandes Gonçalves, da FGV EAESP.

 

O professor cita que é preciso atentar-se às ideologias desse jovem consumidor, o que envolve discutir questões que o varejo por muito tempo ignorou, como diversidade, gênero e transparência sobre preço. "Antes, nós apenas gostávamos das marcas, agora essa relação envolve ter afinidade com elas, você gosta dos valores, princípios e propósitos que ela defende. E, por isso, compra lá", diz Juracy Parente, da FGV EAESP. Parte dessa criação de afinidade com os consumidores exige olhar para dentro da empresa, na relação cultivada com os funcionários (seja promovendo a diversidade, o treinamento ou melhorando o bem-estar). "Não por acaso que as melhores empresas para se trabalhar são as melhores para fazer compras", afirma Juracy.

 

De acordo com o professor, o discurso do movimento Capitalismo Consciente, criado em 2013 para estimular empresas mais humanas e com maior propósito, ganhou evidência na NRF deste ano. "As empresas estão sendo mais cobradas pelos seus consumidores para pensarem além do lucro. No fim, estão percebendo que empresas conscientes dão e recebem mais".

 

A empresa pode ser consciente, ter propósito e olhar para as novas tecnologias, mas também precisa investir em novas experiências de consumo. Segundo Mauricio Morgado, da FGV EAESP, a loja do futuro deve oferecer produtos personalizados, que possam ser criados no momento e do jeito que o consumidor deseja. Além disso, é preciso oferecer diversão e encantar na hora da compra. "O varejo é cada vez mais entretenimento”, afirma Henrique Campos Junior, da FGV EAESP.

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