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Resíduos viram recurso na produção de móveis

Por Jeniffer Oliveira - 18 de Julho 2017
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Transformar resíduos em recursos, substituir matérias-primas tóxicas por insumos saudáveis, migrar de processos impactantes para produção sustentável: estas são as diretrizes do Projeto Temático Agroindustrial wastes and their potential use as appropriate materials for housing and infraestructure (Agrowaste), coordenado pelo engenheiro Holmer Savastano Junior, professor titular da Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos da Universidade de São Paulo (FZEA-USP), em Pirassununga, SP.

 

Fruto de um acordo de cooperação da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) com a Agence Nationale de la Recherche (ANR), da França, o projeto reúne pesquisadores da USP e do Departamento de Química da Université des Antilles (UA), instalada no departamento ultramarino francês de Guadeloupe (Guadalupe), no Caribe.

 

“Desenvolvemos duas linhas de pesquisa: uma com compósitos de matriz inorgânica, para a produção de placas planas ou onduladas de fibrocimento; outra com compósitos de matriz orgânica, explorando a utilização de fibras e partículas de biomassa aglomeradas por resina vegetal, para a produção de placas destinadas à fabricação de embalagens, paletes e mobiliário”, disse Savastano.

 

Os pesquisadores da USP já trabalharam com casca de coco verde, bagaço de cana, sisal e até sacos de cimento vazios para compor a biomassa agregada pela resina. Uma utilização bem concreta desde produto poderá ocorrer na indústria moveleira, mediante o recobrimento das placas de material aglomerado com lâminas de madeira ou a aplicação de uma película impermeabilizante.

 

“O potencial desses painéis é muito grande. Eles poderão ser produzidos em múltiplas camadas, cada qual atendendo a uma demanda específica: mecânica, térmica, acústica, estética e assim por diante. E diferentes tipos de placas poderão ser concebidos para usos específicos: construção civil, movelaria, embalagens etc.”, finalizou Savastano.

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