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Uma startup de colchões de US$ 1 bilhão

Por Daniela Maccio - 24 de Abril 2017

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A Purple é uma startup de colchões totalmente bootstrapped (termo usado para startups que utilizam apenas recursos próprios, sem investimentos externos). Ela está usando uma tecnologia livre de toxina, patenteada para um sono sem pressão, e com capacidade de se tornar a primeira “unicórnio” da área de colchões. Uma área de tecnologia que, certamente, inspira paixão em muita gente. (“unicórnio” são as raras empresas que, em pouco tempo, recebem uma avaliação de US$ 1 bilhão).

 

Quase mil quilômetros de distância do Vale do Silício e a oeste do Great Salt Lake de Utah, praticamente no meio do nada, está a tranquila cidade de Grantsville, com uma população de 9.617 habitantes. É lá, em um armazém do tamanho de um combinado de oito Walmarts, que você vai encontrar a Purple preparando centenas de milhares de travesseiros e colchões para a expedição.

 

A empresa começou há uma década no negócio de cadeiras de rodas. Ela desenvolveu uma tecnologia de amortecimento para prevenir escaras (crostas, escamas) para quem está sentado o dia todo. Mas os fundadores Tony e Terry Pearce notaram uma mudança no mercado de colchões, encabeçada por um grupo de startups como Casper, Tuft e Needle e Leesa. Assim, os irmãos decidiram há três anos capitalizar a tendência, usando a mesma tecnologia utilizada na cadeira de rodas para fazer a sua própria cama.

 

Isso provou ser uma jogada inteligente – a empresa tem crescido bastante por causa disso. Apenas no ano passado, a Purple passou de uma equipe de 30 pessoas para 600, construiu a fábrica mencionada em Grantsville e as vendas estão indo muito bem, segundo o Business Insider.

 

A Purple está atualmente trabalhando para atender encomendas de 27 mil novos travesseiros e, apesar de estar hesitante em entregar os exatos números, uma fonte diz que vai atingir entre US$ 150 milhões a US$ 200 milhões em receitas este ano. Compare isso com seu concorrente (na teoria maior) Casper, que atingiu US$ 100 milhões em vendas acumuladas em 2016 e tem potencial de atingir US$ 200 milhões até o final deste ano. A questão é que, ao contrário da Casper, que recebeu US$ 70 milhões em investimentos até agora, a Purple ainda não recebeu nenhum capital de risco. Ela também possui o processo de fabricação do início ao fim, além da mão de obra de Utah ser barata, o que possibilita à empresa fazer seus produtos com custo muito mais baixo que a concorrência.

 

A Purple cria muitos empregos em Grantsville, onde não há tantas oportunidades assim. Em breve será o maior empregador por lá, com planos para contratar mais um par de milhares de pessoas. Há também parcerias com escolas locais e instalações de treinamento para fornecer as habilidades necessárias para ajudar no armazém em um futuro próximo.

 

Os colchões da companhia são desenhados para evitar escaras, uma boa aposta para aqueles que passam muito tempo na cama. São usados um total de 16 patentes para fazer seus colchões suaves o suficiente para abraçar seu corpo, mas firme o mínimo para segurá-lo durante a noite. E, se houver um evento apocalíptico, você pode comê-los. O material do colchão hiperelástico é feito a partir de um polímero de qualidade alimentar – sem látex ou outros ingredientes tóxicos.

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