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5 atitudes para ter uma boa comunicação corporativa na crise

Por Natalia Concentino - 22 de Abril 2020

Não há dúvidas de que a pandemia do novo coronavírus deixará muitas marcas, e as relações entre empresa e colaboradores não ficam de fora disso. A mudança de comportamento e hábitos não ficou só na vida pessoal, a corporativa também foi diretamente afetada por tudo isso, e não falamos apenas do lado financeiro. Trabalhar em um ambiente de trabalho que pareça seguro, dê informações úteis aos funcionários e demonstre empatia e preocupação com o próximo é de suma importância. E para esse contexto, a solução é saber gerenciar a crise.

A especialista em gerenciamento de crise, Ana Flavia de Bello Rodrigues, idealizadora do aplicativo Alerta de Crise, desenvolvido por especialistas em empreendedorismo, gestão de riscos, comunicação e tecnologia. A ideia é ajudar o empresário que está passando por um momento turbulento a manter tudo sob controle e continuar a ter uma boa relação com seus colaboradores e consumidores.

“Este é o momento de marcas e indivíduos assumirem o protagonismo exigido para a superação da crise, o que potencializa entre os stakeholders o senso de identificação, pertencimento e orgulho”, afirma Ana Flavia, ainda acrescentando que “é fundamental que marcas usem a comunicação de forma coerente com o momento e, claro, reforcem valores essenciais, como empatia e solidariedade”.

Para que as empresas possam ter uma ideia sobre qual caminho devem seguir durante a crise causada pela pandemia, a especialista lista 5 atitudes consideradas essenciais para uma boa comunicação corporativa:

Demonstre empatia – O momento é desafiador e, diante disso, é primordial que as empresas mantenham o foco no bem-estar das pessoas, demonstrando que se preocupam com todos os públicos e importam-se com os sentimentos alheios. Empatia é fundamental neste momento difícil. Erros podem (e vão) acontecer porque os processos precisaram ser adaptados em pouco tempo. Porém, é fundamental escutar o cliente, colaborador, fornecedor ou acionista, pois eles precisam sentir que estão sendo ouvidos, que a empresa está atenta às dificuldades, preocupações e medos, fazendo tudo que estiver ao alcance para minimizar os problemas. A empatia pode ser traduzida em humanidade no tom da comunicação.

Reconheça seus heróis - Os colaboradores estão fazendo muito esforço para desempenharem suas funções diante de tantas adversidades. Todos saíram da zona de conforto e estão adaptando-se como podem. Se a empresa continua operando, mesmo diante de tantos desafios, é principalmente por fruto deste esforço. É preciso valorizar isso enaltecendo seu colaborador, contando suas histórias de superação. Eles são os heróis. Não sabemos por quanto tempo as empresas ainda precisarão trabalhar em regime de exceção e é natural que com o tempo as pessoas desanimem. Esta atitude de reconhecimento e valorização trará ânimo e força para eles continuarem a lutar e, claro, será inspiradora.

Holofote aos líderes - Em momentos críticos, o líder tem um papel ainda mais relevante para guiar a organização. Conceda visibilidade a ele neste momento. Afinal, ele também precisa criar uma relação de confiança junto aos públicos, passar credibilidade, demonstrar humanidade e verdade, mesmo que precise expor com transparência alguma vulnerabilidade. Os públicos esperam que o líder seja também inspirador, porta-voz da esperança de que os obstáculos serão superados. O líder precisa demonstrar coragem e resiliência para mudar o que for necessário, a fim de manter o “barco navegando durante a tempestade”. Além disso espera-se que o líder mantenha a calma e a serenidade para ter uma visão clara da situação imediata e futura para uma boa tomada de decisão.

Promova ações solidárias - Este é o momento oportuno para a organização demonstrar seus valores por meio de ações concretas e promovê-las. Para o público externo, pode ser materializado por meio de descontos, serviços adicionais ou suporte personalizado. Para o público interno, uma alternativa é o apoio médico a familiares adoecidos, adiantamento de vales de cesta básica a colaboradores, entre inúmeras outras iniciativas. Já para a comunidade, podem ser feitas doações de produtos essenciais. Atitudes solidárias em prol do coletivo potencializarão o orgulho e o pertencimento dos colaboradores e terão ótima reverberação perante os públicos externos em termos de imagem. Porém, não adianta fazer doações e ao mesmo tempo demitir colaboradores ou cortar contratos de fornecedores que dependem da empresa para sobreviver. Precisa haver coerência entre o discurso externo e a prática interna da organização.

Não pare de comunicar - Os momentos de crise são os piores para cessar a comunicação. Especialistas garantem que os colaboradores confiam mais nas informações vindas dos empregadores do que do governo ou da imprensa. Ou seja, eles esperam que a empresa fale com eles. O mesmo acontece com os consumidores. Eles querem saber o que a organização está fazendo, quais mudanças foram ou serão implementadas, como ele poderá contar com a empresa durante a crise. É preciso assumir o controle da comunicação durante a crise para não dar margem a especulações ou à desinformação. Além disso, agilidade é fundamental. Ter o “timing” certo da comunicação. Por isso, mantenha ou organize uma agenda de postagens e alinhamento entre os canais de comunicação. Disponibilize serviços de utilidade pública por meio da comunicação e conecte todos os públicos com conteúdo confiável e de fontes seguras.

Quando tudo isso passar, esta proximidade da organização não será esquecida pelos seus públicos.

 

 

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