A gangorra de preços de aço continua acelerada no mundo
Os contratos futuros do minério de ferro chinês saltaram mais de 6% nesta terça-feira, 30, impulsionados pela recente demanda de reabastecimento das siderúrgicas, embora analistas acreditem que investimentos fracos em propriedades e infraestrutura vão diminuir o consumo de longo prazo da matéria-prima siderúrgica.
O contrato do minério de ferro mais negociado Bolsa de Commodities de Dalian, para entrega em janeiro, fechou em alta de 2,4%, a 610 yuanes (95,75 dólares) a tonelada, após subir até 6,4%, para 633 yuanes, no início das negociações.
“Impulsionados pelos altos lucros das usinas… os preços do minério de ferro vão se recuperar até certo ponto”, escreveram analistas da Huatai Futures em uma nota, acrescentando que é difícil a demanda ser sustentada no longo prazo com o resfriamento do consumo de aço.
Os preços spot do minério de ferro com 62% de teor de ferro para entrega na China subiram 0,50 dólar, para 105,50 dólares a tonelada nesta terça-feira, de acordo com a consultoria SteelHome.
“Com os estoques de minério de ferro na China em alta recorde e com a produção de aço caindo, acreditamos que a pressão baixista sobre os preços do minério de ferro vai persistir”, disse a CreditSights em um relatório.
Os preços do aço na Bolsa de Futuros de Xangai ficaram limitados a uma faixa estreita. O contrato de maio para o vergalhão de construção subiu 0,9%, para 4.163 yuanes por tonelada. As bobinas laminadas a quente, usadas no setor de manufatura e para entrega em janeiro, avançaram 0,7%, para 4.588 yuanes por tonelada.
Esta gangorra continua sendo um sinal negativo para as indústrias de molejos para colchões e para os fabricantes de móveis de aço, já que não há no curto prazo, previsibilidade para fixar preços de seus produtos. “As vezes enviamos a tabela de ´preços para nosso cliente e antes de entregar o pedido somos surpreendidos por novos reajustes no preço do aço”, reclamou um fabricante de molejos, acrescentando que “isso distorce o mercado e compromete as margens, não apenas a nossa mas também dos nossos clientes”, concluiu.
Comentários