Abicol repudia elevação de alíquotas na importação de químicos
A Associação Brasileira da Indústria de Colchões (Abicol) emitiu uma nota oficial repudiando a tentativa de elevar as alíquotas na importação de químicos, especialmente dos polióis, essenciais para a produção de espumas flexíveis. A Abicol alerta que medidas como o pedido de antidumping para os polióis por parte da Dow Brasil e a solicitação de aumento das alíquotas de importação pela Abiquim prejudicariam a indústria brasileira, o mercado de trabalho e os consumidores, colocando em risco a produção nacional e a competitividade do setor.
Veja a nota abaixo na íntegra:
A associação colchoeira considera que o pedido de antidumping para os polióis e, ao mesmo tempo, o pleito da Abiquim para aumentar as alíquotas de importação prejudicarão a indústria brasileira, o mercado de trabalho e os consumidores.
A Associação Brasileira da Indústria de Colchões (Abicol) acompanha com preocupação a investigação de suposto dumping na comercialização de poliol pela China e pelos Estados Unidos ao Brasil. O póliol poliéter, um dos produtos mais importantes para a indústria nacional, é fundamental para a produção de espumas flexíveis.
A investigação começou no dia 5 de janeiro de 2024 (Circular SECEX nº 1/2024) a pedido da indústria norte-americana Dow Química, que tem produção de poliol no Brasil. A companhia alega que as margens de dumping praticadas pela China e pelos EUA são respectivamente 59,2% e 31,4% abaixo do preço de mercado nacional.
Na esteira do pedido da Dow, a Abiquim (Associação Brasileira da Indústria Química) solicitou à Câmara de Comércio Exterior (Camex) o aumento das alíquotas de importação de 76 produtos, entre eles, o próprio poliol. Se aprovadas, as alíquotas poderão ser elevadas de 12,6% para 20% ou até mesmo para valores superiores.
A Abicol, que representa as maiores indústrias de colchão e de espumas do país, afirma que além do aumento de custos do insumo na ordem de 50%, tais medidas colocariam em risco toda a produção nacional, visto que a própria Dow Química não tem capacidade produtiva para atender nem 50% da demanda nacional de polióis.
Tem sido comum os avisos de paradas anuais não programadas da produção de poliol, conhecidas como "força maior", o que leva a indústria nacional a buscar os produtos importados para não correr o risco de parar suas fábricas.
A Abicol alerta para outro risco: se as medidas forem aprovadas, a tarifa antidumping e o imposto de importação irão encarecer o produto brasileiro, tornando o mercado mais suscetível à entrada de produtores do Mercosul, que poderão vender espuma de poliuretano de forma agressiva, uma vez que, além de não terem os custos elevados para aquisição de polióis, poderão comercializar no Brasil sem impostos de importação.
Para a Abicol, as medidas antidumping devem beneficiar as cadeias produtivas genuinamente nacionais, não os interesses de multinacionais sediadas em outros países, como é o caso da própria Dow, que detém o monopólio do produto no Brasil.
Vale lembrar que esta multinacional, em abril de 2012, surpreendeu o mercado ao anunciar o fechamento da fábrica na Bahia de TDI, outro produto essencial para a fabricação de espumas, obrigando os fabricantes a importarem este produto.
As solicitações de elevações tarifárias prejudicam a competitividade da indústria brasileira. O aumento do imposto de importação sobre esses produtos químicos resultará em uma cadeia de aumentos de preços, com consequente impacto inflacionário.
Diante disso, a Abicol está atenta às progressões para proteger os interesses do setor e garantir sua sustentabilidade econômica e se posiciona firme e radicalmente contra as pretensões da Dow Brasil.
Reafirma-se o compromisso de atuar como parte interessada em todos os processos que afetem o setor e defender objetivamente os itens de produtos químicos, entre os elencados pela Abiquim, que façam parte das matérias-primas essenciais para o setor colchoeiro nacional.
CONSELHO DE ÉTICA E DE ADMINISTRAÇÃO
Associação Brasileira da Indústria de Colchões (ABICOL)
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