Abimóvel adere à Rede Brasil do Pacto Global
O presidente da Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário (Abimóvel), Daniel Lutz, e o presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), Roberto Jaguaribe, assinaram no dia 19 de novembro, em São Paulo (SP), a adesão à Rede Brasil do Pacto Global da ONU. Também participaram da cerimônia, a presidente da Rede Brasil do Pacto Global, Denise Hills, e o secretário executivo da Rede Brasil, Carlo Pereira.
A Abimóvel é a primeira entidade setorial a aderir a Rede Brasil do Pacto Global, se alinhando a nova estratégia para 2020, guiada pelos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), cujo posicionamento está fundamentado em um modelo de negócio que contribua para esta nova agenda de desenvolvimento.
Ao decidir fazer parte do Pacto Global, as empresas e organizações se comprometem a seguir 10 princípios universais, derivados da Declaração Universal de Direitos Humanos, da Declaração da Organização Internacional do Trabalho sobre Princípios e Direitos Fundamentais no Trabalho, da Declaração do Rio sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento e da Convenção das Nações Unidas Contra a Corrupção.
Dentre as diversas atividades pactuadas no plano de trabalho da Abimóvel, a entidade destaca: a elaboração de um relatório setorial de integração dos objetivos de desenvolvimento sustentável na indústria moveleira nacional; Incentivar treinamentos in company sobre governança e a agenda 2030; apresentar na Assembleia Geral Das Nações Unidas em 2020, em Nova York, e na expo 2020, em Dubai, o posicionamento da indústria moveleira nacional e seus atributos de sustentabilidade; e difundir as diretrizes da Rede Brasil do Pacto Global nas atividades e projetos da indústria moveleira nacional, abrindo espaço para a divulgação dos objetivos de desenvolvimento social e do tema sustentabilidade nos eventos âncoras da indústria de móveis, tanto no mercado nacional como nas ações de promoção comercial no exterior.
Para o presidente da Abimóvel, “a adesão à Rede Brasil do Pacto Global reforça a agenda setorial e responsabilidade do setor, ampliando a competitividade das indústrias, por meio de uma gestão ambiental, social e econômica sustentável em toda a sua cadeia produtiva”. Lutz acredita que “uma abordagem integrada entre floresta e indústria é fundamental, ambientalmente possível, socialmente necessária e eticamente imperativa”.
Os 10 princípios
Direitos Humanos
1. As empresas devem apoiar e respeitar a proteção de direitos humanos reconhecidos internacionalmente; e
2. Assegurar-se de sua não participação em violações destes direitos.
Trabalho
3. As empresas devem apoiar a liberdade de associação e o reconhecimento efetivo do direito à negociação coletiva;
4. A eliminação de todas as formas de trabalho forçado ou compulsório;
5. A abolição efetiva do trabalho infantil; e
6. Eliminar a discriminação no emprego.
Meio Ambiente
7. As empresas devem apoiar uma abordagem preventiva aos desafios ambientais;
8. Desenvolver iniciativas para promover maior responsabilidade ambiental; e
9. Incentivar o desenvolvimento e difusão de tecnologias ambientalmente amigáveis.
Anticorrupção
10. As empresas devem combater a corrupção em todas as suas formas, inclusive extorsão e propina.
Pacto Global
Lançado em 2000 pelo então secretário-executivo das Nações Unidas, Kofi Annan, o Pacto Global nasceu da necessidade de mobilizar a comunidade empresarial do mundo para a adoção de valores fundamentais e internacionalmente aceitos em suas práticas de negócios.
A iniciativa global é um avanço na implementação de um regime de direitos humanos e sustentabilidade empresarial. Atualmente, são quase 13 mil signatários articulados em mais de 160 países. Fazem parte pequenas, médias e grandes empresas, além de organizações da sociedade relacionadas ao setor privado.
O Pacto Global, que possui sede em Nova York, não é um instrumento regulatório, um código de conduta obrigatório ou um fórum para policiar as políticas e práticas gerenciais. É uma iniciativa voluntária que procura fornecer diretrizes para a promoção do crescimento sustentável e da cidadania, por meio de lideranças corporativas comprometidas e inovadoras.
A trajetória brasileira neste caminho para mobilizar e conscientizar empresas passou a ser delineado em 2003, com a criação do Comitê Brasileiro do Pacto Global. De lá para cá, foram 15 anos de mudanças, avanços e conquistas da Rede Brasil, que se tornou a terceira maior do mundo em empresas signatárias, ficando atrás apenas da Espanha e da França. A Rede Brasil conta hoje com mais de 770 signatários, entre grandes empresas nacionais, pequenas e médias empresas, federações de indústrias e organizações da sociedade civil e tem projetos próprios nos temas de Água e Direitos Humanos, treinamentos sob as diretrizes do SDG Compass, publicações lançadas e uma equipe de profissionais no escritório da ONU em São Paulo.
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