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Ações de varejistas derretem e Mobly perde 84% em menos de 1 ano

Por Natalia Concentino - 11 de Janeiro 2022

É verdade que a Mobly, quando protocolou seu pedido de IPO em dezembro de 2020 já não gozava de uma saúde financeira impecável. O ebitda, importante referência para a geração de caixa, registrou sucessivos resultados negativos entre 2017 e 2019. Um saldo positivo aconteceu apenas no acumulado de 2020.

Mas também é verdade que houve uma certa euforia em fevereiro quando as ações foram lançadas no mercado sendo negociadas a R$ 26,40 no dia 05 de fevereiro de 2021. Porém, a expectativa dos investidores parece não ter se confirmado e desde então o preço das ações tem curva descendente como se vê no gráfico abaixo. Em menos de 11 meses as ações da Mobly derreteram 84,4%.

O site Invest News, especializado em finanças, perguntou dia 10 de setembro de 2021: Ação da Mobly ‘derreteu’ mais de 53% desde estreia na B3: o que esperar?

Na reportagem era observado que “a companhia divide opiniões de analistas, pois não é exatamente a queridinha do mercado no segmento. Para alguns, é um case inovador, mas com um risco-retorno elevado, que ainda precisa entregar resultados consistentes”.

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Segundo João Daronco, analista da Suno Research, a tese de investimento da Mobly segue duas estratégias: crescer em um mercado fragmentado como o setor de móveis e se consolidar em um nicho pouco explorado, que é a venda online. “A Mobly é um case complexo, porque tem um crescimento e modelo de negócios em que ainda precisa se provar” defende.

Do outro lado estão os mais otimistas, como a casa de análise Eleven Financial, que recentemente defendeu em relatório que a companhia está bem-posicionada e vai se beneficiar do crescimento do e-commerce em um setor de menor penetração, além de um momento demográfico favorável. A Eleven recomendou a compra das ações com preço-alvo de R$ 28 até o final de 2021. 

Agora já se sabe quem tinha razão.

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