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Ações do Magalu despencam na Bolsa após fala de Luiza Helena

Revisado Natalia Concentino - 25 de Outubro 2023

Nem mesmo o alívio na curva de juros futuros (DIs) está sendo capaz de salvar o varejo brasileiro no pregão desta terça-feira (24) — e o motivo é um só: o Magazine Luiza.

 

Os papéis do Magalu operam em forte baixa na sessão de ontem, 24. Por volta das 15h40, MGLU3 recuava 6,62%, negociada a R$ 1,41, liderando as baixas do Ibovespa. 

 

Considerando a queda recente dos papéis, o valor de mercado da varejista caiu 94% em menos de três anos: de novembro de 2020 para cá, a avaliação da companhia passou de R$ 178 bilhões para os atuais R$ 9,52 bilhões.

 

O desempenho negativo dos papéis do Magazine Luiza (MGLU3) pressionou o varejo como um todo no Ibovespa. Confira as cotações por volta das 15h40:

 

CÓDIGO

NOME

ULT

VAR

MGLU3

Magazine Luiza ON

R$ 1,41

-6,62%

BHIA3

Casas Bahia ON

R$ 0,51

-3,77%

CRFB3

Carrefour Brasil ON

R$ 8,93

-2,08%

ASAI3

Assaí ON

R$ 11,29

-2,00%

LREN3

Lojas Renner ON

R$ 12,32

-0,65%

ARZZ3

Arezzo ON

R$ 59,72

-0,65%

SOMA3

Grupo Soma ON

R$ 5,58

0,36%

 

Fora do principal índice da bolsa brasileira, as ações da Americanas (AMER3) recuavam 1,28%, a R$ 0,77.

 

Por que as ações do Magazine Luiza (MGLU3) estão caindo hoje

 

O movimento dos papéis vem na esteira das declarações recentes da presidente do conselho de administração da empresa, Luiza Helena Trajano, durante evento da PwC — a empresa de auditoria interna da varejista e da Americanas.

 

Trajano afirmou que a empresa está "apanhando muito na Bolsa" porque "sempre acreditou em loja física". 

 

Porém, apesar da queda brusca do valor de mercado da empresa nos últimos anos, a executiva afirma que a crise atual do varejo não é a primeira do setor e servirá para solidificar a empresa.

 

"O Magazine cresceu em crise e, quando a gente não cresce, a gente solidifica o crescimento”, disse a executiva. "Entra crise, sai crise, e o importante é sobreviver. Aprendi muito mais em crises.” 

 

Luiza Trajano ainda citou o “efeito Americanas”. Na análise da presidente do Conselho do Magazine Luiza, a situação financeira da varejista rival é "muito ruim" para o setor e levou o Magalu a melhorar os procedimentos de auditoria interna.

 

Na visão da executiva, o varejo digital é uma realidade que não dá para escapar, mas as lojas físicas do Magazine Luiza devem continuar a existir.

 

"Em Belém, a gente vende na Internet e entrega em duas horas na loja física. Quando você digitaliza, tem menos caixa, mas tem mais estoquista. Acredito que essa mistura e a multicanalidade vai perdurar no Brasil por muito tempo", afirmou.

 

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O que dizem os analistas

 

Na visão de Pedro Wilson, sócio da Nexgen Capital, as declarações de Trajano afastaram os investidores das ações MGLU3. 

 

“Os investidores procuram ativos mais sólidos e acabam realizando um sell-off [grande volume de venda de ativos em um curto período de tempo] no papel para buscar outras oportunidades em ativos que possam gerar melhor retorno no setor de varejo”, afirma o sócio da Nexgen Capital.

 

Não bastasse a fala da executiva, a expectativa de um balanço mais fraco do que o esperado também pesa sobre as ações da empresa hoje.

 

(Com informações Seu Dinheiro)

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