Ainda vale a pena vender para os gigantes do varejo?
Nesta semana no programa 10 Minutos com Ari Bruno Lorandi a notícia que chamou a atenção do setor varejista foi o pedido de recuperação extrajudicial feito pela Casas Bahia na noite do último domingo, dia 28 de abril.
Pressionada por uma dívida financeira de curto e médio prazo da ordem de R$ 4,1 bilhões, a Casas Bahia pediu recuperação extrajudicial. Ela ofereceu a bancos credores a opção de conversão de debêntures em ações da companhia em um período entre 18 e 36 meses, em troca do alongamento e da redução de custo das obrigações.
A proposta significa que o grupo não planeja mais pagar R$ 2,3 bilhões em vencimentos integrais previstos para 2024 e 2025, ou seja, dívidas com títulos de curto prazo. Esse foi o prazo de carência acordado com dois de seus principais bancos credores, Banco do Brasil e Bradesco que detém 67% da dívida, o que na prática indica que a varejista já tem apoio suficiente para aprovação da renegociação.
Comentário Ari:
Acredito que é bom para o setor. Como é crescente os números de Recuperação Judicial, se não fizesse acordo com os bancos, via extrajudicial, haveria um efeito dominó que alcançaria o setor moveleiro que já está com as margens apertadas.
Mas, um fabricante de móveis que sempre vendeu muito para a Casas Bahia, afirmou que “a Casas Bahia tem de fazer a lição de casa, melhorando lojas, diminuindo assistência técnica acabando com a pressão em cima dos fornecedores, principalmente com prazos de pagamento longo e verbas de propaganda de 15%”, o que é um absurdo... E como se isso já não fosse suficiente para sufocar os fornecedores, “ainda exige frete CIF para todo Brasil, acarretando aumento de carga tributária com prazo curto para pagamento dos impostos pelos fornecedores”.
Como tantos outros, a Casas Bahia esqueceu de gerar lucro em suas vendas e assim o resultado não poderia ser diferente deste que estamos vendo. Por isso, meu conselho para os fabricantes de móveis é esse: Fiquem longe da Casas Bahia!
Entrevista
Nessa semana Inalva Corsi, editora da Móveis de Valor, recebeu Juliano Carlos, diretor da C-Core, para uma entrevista em nosso estúdio. Juliano falou sobre as inovações e a tecnologia disruptiva da marca, que oferece uma alternativa à espuma de poliuretano e pode ser usada, principalmente, em colchões para hospitais e acamados. Além disso, ela é uma ótima opção para mobiliário de área externa e outros estofados.
Cá entre nós
Ari Bruno Lorandi aproveitou o seu tradicional Cá entre nós para comentar sobre o preço dos móveis na indústria. De acordo com Ari, desde o fim da pandemia, ou mais precisamente o ano de 2022, a indústria moveleira busca, através de cortes de custo se ajustar ao mercado. Em parte, se explica pela pressão do varejo, se considerarmos que os preços no comércio recuaram quase 10% ano passado.
De outro lado, também é verdade que os preços de matérias-primas e insumos se estabilizaram no período. Mas, a indústria de um modo geral viu suas margens encolherem como nunca na história recente do setor.
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