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Ao menos 77% dos lares possuem dívidas e cartão de crédito lidera

Revisado Natalia Concentino - 10 de Dezembro 2023

Ao menos 77% dos lares brasileiros têm pessoas com dívidas e 30% desse universo estão com alguma dívida atrasada. A parcela de pessoas que têm como fonte de dívida especialmente o cartão de crédito aumentou e a maior parte dos endividados têm consciência de que falhas no planejamento financeiro originaram os débitos em atraso. Mas o otimismo em relação à saída da inadimplência cresceu. Essas são algumas das conclusões do estudo “Raio X da Inadimplência Brasileira”, divulgado na quinta-feira (7) pela MFM Tecnologia e o Instituto Locomotiva.

 

A pesquisa anual, que revela a situação e o comportamento dos brasileiro inadimplentes, incluiu neste ano perguntas sobre o programa Desenrola Brasil, lançado pelo governo federal para renegociar dívidas. Ele recebeu o apoio da maioria das pessoas, mas o grau de conhecimento pleno das regras ainda é baixo.

 

Segundo o estudo, tem aumentado a parcela de pessoas que dizem ter como fonte principal de dívida o cartão de crédito. Essa fatia subiu de 49% em 2021 para 56% no ano passado e alcançou 60% em 2023.

 

Já os que citam como principais as dívidas de empréstimos e financiamentos com bancos e financeiras tinham caído de 45% para 40% entre 2021 e 2022, mas voltaram a crescer, para 43% em 2023.

 

Foram citados ainda neste ano contas de águas e luz (17% das respostas) e boletos de impostos, como IPTU e IPVA (15%), entrou outros.

 

Sobre os principais motivos para a inadimplência percebidos pelos brasileiros, a falta de planejamento das finanças pessoais (36%), a perda do emprego (31%) e gastos imprevistos com saúde (30%) apareceram entre os mais lembrados.

 

A pesquisa também mostrou que cresceu o otimismo em relação à saída da inadimplência. Neste ano, 39% dos brasileiros inadimplentes disseram ter certeza de que conseguirão pagar suas dívidas – em 2022 esse percentual era de apenas 25%

 

Economizar foi citada como a principal forma por meio da qual os endividados consideram que conseguirão pagar as contas, mas cresceu a parcela dos que disseram já ter se estabilizado financeiramente.

 

leia: 3,5 milhões já renegociaram dívidas e voltam para o mercado

 

Educação financeira

 

O estudo mostrou ainda que 59% dos endividados consideram que o acesso a informações de qualidade sobre educação financeira impactara muito em sua qualidade de vida financeira. E 41% acham que o acesso a serviços públicos gratuitos, como creches com horário estendido e mais próximas de suas casas ou do trabalho traria mais impacto positivo na vida financeira.

 

Sobre os círculo de convivência que influenciam na vida financeira, a pesquisa captou que cresceu a percepção de que as redes sociais exercem “má influência” sobre esse tipo de decisão.  Quando convidados a responder quem mais incentiva um mau comportamento financeiro, 23% dos endividados responderam que eram as redes sociais – no ano passado esse percentual era de 16%.

 

Os programas de TV aparecem em segundo lugar, com 13% das respostas, seguidos por “amigos”, com 11%.

 

Por outro lado, o cônjuge (marido ou esposa) apareceu em primeiro lugar (27% das respostas) na lista de quem incentiva um bom comportamento. Curiosamente, as redes sociais ficaram em segundo lugar, com 17% das menções.

 

Os inadimplentes também citaram que uma situação de dívida atrasada tem forte efeito em sua vida pessoal: 92% acreditam que impacta negativamente na vida de forma geral; 86% citam impacto negativo no sono; e 98% Acreditam que o fato de estar endividado impacta negativamente ao menos em um aspecto da vida.

 

Além disso, 88% disseram que essa condição afeta sua felicidade, 80% veem piora na convivência com os amigos, 75% alegaram problemas com o apetite e 78% admitiram que há reflexos negativos na vida amorosa.

 

Boa parte desses efeitos estão ligados à forma como a cobrança das d´vidas é feita pelos credores. A pesquisa apontou que tem crescido a queixa de pessoas que se dizem desrespeitadas no momento de cobrança do débito.

 

Renato Meirelles, presidente do Instituto Locomotiva, comentou em entrevista coletiva que as empresas que souberem acolher esses brasileiros durante o processo de cobrança e renegociação, vão se favorecer quando esses inadimplentes recuperarem a condição de tomadores de crédito.

 

Desenrola

 

Sobre o Desenrola, a maioria dos inadimplentes da pesquisa tomou conhecimento do programa e aprova a iniciativa, mas ainda falta um grau maior de conhecimento.

 

Ao dar uma nota de 0 a 10 sobre a confiança que o Desenrola pode ajudar na vida financeira dos brasileiro, 49% das respostas ficaram entre 9 e 10 e outros 32% apontaram entre 6 e 8.

 

Mas embora 76% dos respondentes ter afirmado conhecer o programa, só 17% admitiram disseram que o conhecem muito bem. Um dado importante é que 57% dos inadimplentes não sabem se suas dívidas podem ou não ser contempladas pelo programa Desenrola Brasil.

 

Fonte: www.infomoney.com.br 

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