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Apostas desviam R$ 100 bi do varejo em 2024, inclusive de móveis

Revisado Natalia Concentino - 08 de Janeiro 2025
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Imagem: Freepik

Em 2024, o mercado de apostas esportivas desviou aproximadamente R$ 100 bilhões que, segundo estimativas da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), seriam utilizados no consumo de produtos do varejo (tanto físico quanto digital). Esse montante representa o valor que o público gastou com apostas, em vez de adquirir bens e serviços.

 

De acordo com Felipe Tavares, economista-chefe da CNC, o fenômeno ocorreu devido à introdução das apostas esportivas no orçamento do consumidor. “O bolso do consumidor é um só. Em 2024, entrou em cena um novo item: as apostas esportivas. Como resultado, o varejo deixou de faturar R$ 100 bilhões durante o ano”, explica. A CNC projeta que o faturamento do varejo totalizou R$ 3 trilhões em 2024.

 

Mais apostas e menos produtos

 

Tavares destaca que o desvio de recursos para as apostas afetou diversos setores. “As pessoas deixaram de consumir em farmácias, lojas e até na compra de móveis. Parte dessa renda foi direcionada para apostas, e o dinheiro desapareceu do varejo. Foi um ano de muito crédito, que poderia ter impulsionado um crescimento muito maior para o setor”, analisa.

 

A mudança no comportamento do consumidor gerada pelas apostas esportivas também preocupa o economista. “As pessoas deixaram de consumir itens essenciais, como proteína ou roupas. Há relatos de pessoas que não matricularam seus filhos na faculdade e, em vez disso, usaram o dinheiro para apostar”, afirma Tavares.

 

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Cenário e regulamentação

 

A tendência para 2025 aponta que os gastos com apostas esportivas devem crescer ainda mais. A regulamentação do mercado de apostas entrou em vigor nesta quarta-feira (1º), após longos debates no Congresso. O governo conseguiu aprovar a proposta de lei no ano passado, inicialmente apresentada em 2022 durante o governo de Jair Bolsonaro (PL).

 

Com a nova regulamentação, as empresas de apostas deverão ter endereço no Brasil, pagar impostos e gerenciar no máximo três portais de apostas. O Ministério da Fazenda informou que 104 empresas estão autorizadas a operar no país atualmente.

 

Fonte: ecommercebrasil.com.br 

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