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Artecola pede recuperação judicial

Por Evelyn - 06 de Fevereiro 2018

Após 80 demissões recentes ainda sem verbas rescisórias pagas, o Grupo Artecola, ficou com 246 funcionários e solicitou uma recuperação judicial.

 

A Artecola tem sede em Campo Bom e havia contratado a consultoria Iwer para reestruturar o negócio. O grupo sofreu descapitalização com a MVC, empresa na qual a Artecola era sócia da Marcopolo, de Caxias do Sul. Além disso, enfrentou problemas no cumprimento de contratos públicos para construção de 208 creches. Paralisou obras e argumentou falta de pagamento por parte dos governos. 

 

Em março do ano passado, a empresa anunciou o encerramento das atividades da Arteflex. A rede que produzia calçados e fazia parte do grupo Artecola, fechou uma fábrica em Novo Hamburgo, no Rio Grande do Sul, e outra em Itanhandu, em Minas Gerais.  

 

A recuperação judicial costuma ser uma ferramenta para dar fôlego às empresas que estão em crise financeira, uma vez que substitui a antiga concordata e tem como objetivo evitar a falência. 

 

Após o pedido ser autorizado pela Justiça, a empresa elabora o plano de recuperação judicial. A proposta precisa ser aprovada por credores e homologada pela Justiça antes de ser executada. 

 

No fim do ano passado, a Artecola chegou a inaugurar uma nova operação industrial na Colômbia, que foi anunciada como a planta de adesivos mais moderna de toda a América Latina, com planos de abastecer os mercados do Peru, Equador, Panamá, Bolívia, Caribe e a própria Colômbia.

 

A unidade fica em Mosquera, vizinha a Bogotá. A nova fábrica, segundo a empresa, possibilitaria ampliar a participação no mercado, que é de 20% na Colômbia e 7% em nível regional (do México ao Brasil). A Artecola tem operações também no México, Chile, Argentina e Peru.

 

Além disso, a Artecola Química empresa foi considerada a mais internacionalizada do Brasil entre as que registram faturamento anual de até R$ 1 bilhão. A posição de liderança foi retomada - ficou em 2º no ano passado - com o crescimento no índice de internacionalização, que passou de 0,607 para 0,619.

 

No âmbito geral, a Artecola manteve o sexto lugar. Os dados são do Ranking FDC das multinacionais brasileiras 2017, elaborado pela Fundação Dom Cabral e recém-divulgado.

 

Comunicado oficial enviado pela empresa no fim da manhã desta terça-feira (06):

"A FXK Adm. e Participações e suas controladas, incluindo a Artecola Química, informa que ingressou com pedido de Recuperação Judicial junto ao Judiciário gaúcho. O objetivo é proteger o negócio químico, que é saudável e capaz de oferecer resultados positivos a todas as partes interessadas, e assim seguir gerando valor. As operações, entregas e os atendimentos aos clientes seguirão em ritmo normal, não sendo afetados por este movimento.

 

A origem das dificuldades que levaram ao pedido de RJ não foi o negócio químico, e sim investimentos do passado, alguns deles dependentes de contratos com o Poder Público.

 

Apesar da crise financeira na Artecola ter se iniciado em 2015, durante dois anos mantivemos nossos pagamentos em dia, conservando nossa tradição de quase 70 anos em honrar compromissos. No entanto, recentemente, a saúde financeira da empresa teve sérios abalos em função desta situação.

 

Nos últimos dias, bloqueios e impedimentos quase que diários prejudicaram o dia a dia da companhia, inviabilizando a gestão saudável das finanças.

 

Alguns credores mais afoitos acenaram com pedidos de falência. Diante disso, optamos pela manutenção dos empregos e continuidade dos negócios através da Recuperação Judicial.

 

Com o processo recuperacional, iremos dar continuidade à atividade empresarial e renegociar nossas dívidas, de modo a cumprir as obrigações a serem previstas no Plano de Recuperação Judicial. A RJ é uma das ferramentas, e parte de um plano maior, para recuperarmos a saúde financeira da Artecola e seguir gerando emprego e renda nos setores onde atuamos.

 

Menos de 2% das empresas brasileiras chegam aos 70 anos, e ninguém alcança essa idade sem enfrentar percalços. Este é mais um passo em nossa trajetória de quase 70 anos, que nos levou ao posto de uma das empresas mais internacionalizadas do Brasil, líder em inovação e destaque em sustentabilidade.

 

Temos a convicção de que seremos uma empresa ainda mais forte depois desse período, pois somos econômica e financeiramente viáveis e temos plenas condições de superar esta fase."

 

 

Com informações da coluna de Giane Guerra/GaúchaZH

 

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