As trapalhadas do Inmetro e o alerta sobre colchões reprovados
De vez em quando anunciamos estudos desenvolvidos por universidades, como um da Feevale sobre aproveitamento de resíduos do setor moveleiro. Ari Bruno Lorandi comenta a opinião de um amigo que atua no setor há muitos anos: “Quando um laboratório escolar diz que vai fazer um estudo, a solução geralmente é apaixonada, utópica, e fica engavetada num banco de publicações. O setor moveleiro é muito independente, então as soluções saem de dentro das próprias indústrias. E o amigo conclui seu raciocínio: não estou desmerecendo a universidade. Estou apenas mostrando que estão perdendo tempo em soluções que não serão aplicadas na indústria em curto ou médio prazos, e que em longo prazo os materiais já não serão mais os que usamos hoje. E se o professor tivesse noção de chão de fábrica, estaria ganhando muito mais como engenheiro de produção, ou executivo de uma grande indústria ao invés de dar aula e reclamar do salário.
Sobre a notícia de hoje, Lorandi afirma que não está fácil para ninguém, comentando a dispensa de funcionários da Emma. Quando a Emma surgiu na Alemanha com uma comunicação muito forte rapidamente virou a queridinha do setor de colchões em caixa. E rodou a Europa inteira abafando até a norte-americana Casper. Chegou ao Brasil com a mesma agressividade, mas passada a febre do marketing, as vendas não ocorreram como a Emma acreditava. E agora os fundadores tomaram “a difícil decisão”, segundo eles, de demitir quase 20% da sua força de trabalho global. O fato é que colchão em caixa é um nicho de mercado, e como tal tem um tamanho bem específico nos Estados Unidos, na Europa e no Brasil. O resto é propaganda.
No Cá entre nós Lorandi fala sobre as trapalhadas do Inmetro e faz um alerta sobre os problemas encontrados nos testes de colchões.
"Depois de meses de expectativa, o Inmetro finalmente divulgou os resultados da mais ampla fase de fiscalização na indústria de colchões do Brasil. Foram 98 fabricantes e 134 produtos alcançados pelos testes. A divulgação ocorreu durante uma matéria no programa Fantástico – da rede Globo – no domingo, dia 23.
De maneira estranha para os padrões de órgãos públicos, os resultados foram disponibilizados no site do Inmetro as 18h55 do domingo, poucos momentos antes da exibição da matéria com os resultados no Fantástico.
É óbvio que houve privilégio na divulgação na Globo em detrimento de toda a imprensa brasileira, embora se trate de um órgão público que deveria, por dever de transparência, manter isonomia (Princípio de que todos são iguais).
Cá entre nós: Apesar dos deslizes do Inmetro na divulgação dos testes, é necessário reconhecer que o colchão é um item tão importante na vida das pessoas que deve ter um monitoramento permanente das autoridades que regulamentam o setor.
Os números de não conformidades encontrados através dos testes do Inmetro são alarmantes e devem ser devidamente analisados, absorvidos e internalizados pelos empresários para que se corrijam todos no menor tempo possível.
Uma etiqueta fora do padrão é menor do que o prejuízo para o usuário de uma densidade menor do que a indicada no colchão, sim. Mas a troca da etiqueta mostra que existe falha no processo e no controle de qualidade e isso precisa ser corrigido.
Nós nos posicionamos sempre a favor da indústria moveleira e colchoeira quando ela busca por melhores condições para produzir melhor, com mais qualidade.
Criticamos o modelo de comercialização de móveis e colchões que leva em conta apenas preço e prazo. Mas não compactuamos com maus empresários quando agem de maneira a comprometer o setor como um todo.
Este é o nosso jeito de fazer comunicação".
Assista ao programa completo no player acima.
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