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Biometano é uma alternativa para moveleiras

Por Jeniffer Oliveira - 08 de Janeiro 2019

Iniciativas de médio e grande porte sobre o uso do biometano como fonte de energia ainda são tímidas, mas já dão sinais de que a geração em escala do gás possa despontar. Estima-se que o biogás represente apenas 5% da matriz energética do País, mas de acordo com o setor de biogás, o produto tem potencial para crescer. O biometano é resultante da purificação do biogás produzido a partir da decomposição de resíduos orgânicos. Segundo a Associação Brasileira de Biogás e Biometano (Abiogás), o Brasil tem potencial para gerar 82 bilhões de metros cúbicos por ano, que podem ser convertidos em energia elétrica, térmica e em substituição ao diesel.

 

Em Arapongas (PR), um projeto embrionário, com apoio da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), pretende abastecer a indústria moveleira. "Identificamos nas indústrias moveleiras e de alimento de Arapongas o uso de cerca de 300 empilhadeiras que usam GLP e que, com uma pequena modificação, poderiam usar o biometano", disse Cícero Bley, da Bley Energia Estratégia, umas das empresas envolvidas no projeto.

 

Bley acredita que a região tem capacidade de produção para fornecer biogás e biometano para energia elétrica, térmica e combustível. O projeto foi apresentado ao Sindicato das Indústrias de Móveis de Arapongas (Sima) e, de acordo com o presidente Irineu Munhoz, está em avaliação pelos associados. O empresário afirma que a hora que o Brasil tiver uma malha de gasoduto interiorizada, o biometano poderá utilizar a mesma infraestrutura para distribuição. "O biometano tem intercambialidade com o gás natural, então poderemos utilizar 100% da malha. Mas ainda não temos essa cultura de infraestrutura. A malha do Brasil é ridícula se comparada com os Estados Unidos e Europa", avaliou Munhoz.

 

A Compagas já conduziu estudos por meio de termos de cooperação junto a centros e instituições sobre a viabilidade técnica e econômica da distribuição de biometano. "Os estudos realizados não demonstraram essa viabilidade. Entretanto, a companhia continua concentrando esforços no tema, por entender a importância do biometano para a sociedade paranaense", afirmou o diretor-presidente da Compagas, Luiz Malucelli Neto.

 

A companhia entende que o biometano pode ser utilizado de forma complementar ao gás natural canalizado, além de apresentar-se como grande oportunidade para o atendimento a regiões não atendidas pela infraestrutura de gasodutos. Segundo Neto, há potencial de consumo por parte do segmento industrial em localidades e municípios não atendidos pela rede de distribuição. Entretanto, o biometano possui como desafio a viabilização da sua logística de transporte, para atendimento ao mercado consumidor de maneira competitiva e tecnicamente adequada.

 

(Com informações da Folha de Londrina)

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