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Black Friday é a prova da “desinteligência do varejo brasileiro”

Por Natalia Concentino - 09 de Dezembro 2024

Na Black Friday as vendas crescem muito, a logística e o atendimento são mais tensionados e, além disso, mesmo com grandes descontos, a operação deveria dar lucro. E esse foi o assunto escolhido por Ari Bruno Lorandi para tratar no Cá Entre Nós dessa semana.

 

Jorge Gonçalves, presidente do Instituto para Desenvolvimento do Varejo (IDV), explica que o varejo se preocupa com a lucratividade da operação, mas muitas vezes isso foi sacrificado em prol do volume de vendas.  

 

Antes poderia ter 70% de descontos em 50 produtos, hoje talvez tenha este desconto em 10. O objetivo é que a operação seja lucrativa, mesmo com os descontos.

 

Claro que ocorre um aumento de receitas na época da Black Friday. mas os elevados gastos com logística e marketing podem impedir o lucro no evento. No segundo semestre as vendas do varejo já vêm crescendo, empurradas pelo pleno emprego e aumento da capacidade de compra do cidadão em razão dos programas sociais do governo. Em outubro, a variação teve alta de 0,8% em relação ao mesmo mês de 2023.

 

Nesta Black Friday as reclamações dos consumidores bateram recorde, lideradas pelo atraso nas entregas e propaganda enganosa. 

 

Cá entre nós: a Black Friday é um verdadeiro antimarketing, quando se expõe as entranhas do varejo de maneira mais clara. Centralizar as vendas em alguns dias, num país continental como o nosso em uma época em que as vendas naturalmente estão em alta é a maior comprovação da desinteligência do varejo. É preciso coragem e rever o calendário do comércio brasileiro sob pena de pagar caro em redução de lucro por copiar o que se faz nos Estados Unidos, onde a cultura de consumo é diferente da nossa”, opina Lorandi.

 

Exportações patinam, mas importações ganham velocidade 

 

As exportações em 2024, até outubro, somam pouco mais de US$ 719 milhões, 1,7% menos que o total exportado no mesmo período de 2023. Nada diferente do que era esperado, considerando que o mercado externo tem se mostrado difícil de ser conquistado pelos móveis brasileiros.

 

O problema é o avanço das importações. Nos 10 meses deste ano os móveis importados representam 25,4% mais do que em 2023. As importações subiram de US$ 583 milhões para US$ 743 milhões.

 

Difícil a vida das indústrias de móveis que dependem das exportações, caso principalmente do estado de Santa Catarina.

 

Idosos vibrantes e jovens sem brilho: o contraste geracional afeta economia chinesa 

 

Os jovens da China têm derrubado o vigor do consumo como resultado de perdas de emprego, em um contraste com os hábitos dos mais velhos. 

 

Embora o envelhecimento demográfico da China possa atrapalhar a economia no longo prazo, os idosos se destacam cada vez mais por suas finanças mais saudáveis, segundo o economista Gao Shanwen, que já assessorou as principais autoridades do país. 

 

Em declarações em diferentes plataformas, o economista Gao Shanwen descreveu a sociedade chinesa pós-pandemia como “cheia de idosos vibrantes, jovens sem vida e pessoas de meia-idade desesperadas”.

 

Igualzinho o que acontece no Brasil: idosos vibrantes e jovens sem vida.

 

Produção de móveis acumula alta de dois dígitos até outubro

 

Pela segunda vez nos últimos seis anos, a produção industrial de móveis registra alta no acumulado do ano. A outra vez foi em 2019 com 0,1%.

 

Mais importante o fato de que a alta de janeiro a outubro se equipara a expansão de 2010, com 10,8% então, sendo que a alta deste ano de 10,5% é de 10 meses, o que faz prever que 2024 deve bater o recorde em mais de duas décadas.

 

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É o consumo das famílias, estúpido

 

O volume gasto pelas famílias, de 1,9 trilhão de reais, apontado no PIB representa alta de 5,5% sobre o 3º trimestre de 2023 e consolida o índice dos quatro últimos trimestre em 4,5%.

 

O desemprego baixo, oferta de crédito e benefícios sociais impulsionaram o apetite das famílias. Sem dúvida. Mas este é também o principal problema no futuro. Lorandi explica: Maior oferta de mão de obra eleva salários, que eleva o consumo, que eleva os preços, que eleva a inflação, que eleva os juros. É a tempestade perfeita.

 

Então, vamos comprar picanha e comemorar 2024. E para 2025 recomendo cautela e canja de galinha, porque não faz mal pra ninguém.

 

Ari Bruno Lorandi agradece mensagens

 

Quero agradecer as centenas de pessoas que nas diversas redes sociais nossas me cumprimentaram pela homenagem que recebi da Abicol, no dia 28 de novembro. Todas foram de muito carinho e reforçando que a homenagem foi por merecimento. Fico feliz por ver que nosso trabalho – e nossas críticas – são reconhecidas por muitos...

 

Assista ao 10 Minutos com Ari Bruno Lorandi na íntegra pelo player acima

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