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Brasileiros enfrentam segundo ano de crise

Por Inalva Corsi - 25 de Agosto 2016

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgou pesquisa mostrando que a população brasileira sentiu, de maneira significativa, o aprofundamento da crise econômica entre 2015 e 2016. No entanto, a maioria acredita que o pior já passou e que a economia deverá se recuperar no próximo ano.

 

Seis em cada dez brasileiros consideram que a situação econômica está pior que no mesmo período de 2015 e 71% consideram a situação econômica do País ruim ou péssima. O percentual de respondentes para os quais alguém da residência perdeu o emprego passou de 44% para 57%, e o percentual de famílias nas quais membros que não trabalhavam tiveram que entrar no mercado de trabalho para ajudar com as contas passou de 40% para 48%.

 

Com a alta do desemprego e da inflação – que corrói a renda – o poder de compra da população continua se reduzindo: 40% verificam grande redução nos últimos doze meses. Nesse cenário, 67% dos brasileiros encontram dificuldades para pagar suas contas e compras a crédito e chega a 30% os que não conseguem pagar seu aluguel ou prestação da casa própria.

 

Segundo mostra a pesquisa da CNI, para contornar essa situação, os brasileiros trocam seu local de consumo para estabelecimentos mais baratos (80%), trocam produtos por similares mais baratos (78%) e reduzem a impulsividade nas compras, pesquisando mais os preços antes de comprar (93%).

 

Parte dos brasileiros teve que adotar medidas mais duras, como vender bens para pagar dívidas (24%); mudar de residência para reduzir custos com habitação (19%); passar o filho da escola particular para pública (14%); usar mais transporte público (48%) e deixar de ter plano de saúde (34%).

 

Essas três últimas medidas revelam que a crise econômica tem levado as pessoas a demandar mais serviços públicos de transporte, educação e saúde, por não ter mais condição de acessar os serviços privados. Isso resulta em pressões adicionais por serviços em um ambiente de restrição fiscal dos governos, que encontram dificuldades em atender à demanda.

 

Apesar de a situação ter se deteriorado ainda mais em relação a 2015, os brasileiros começam a acreditar em uma melhora da economia. Os que concordam que a crise já chegou ao fundo do poço são 73%, e já são 43% os que acreditam que a situação econômica estará melhor daqui a 12 meses.

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