Bruno Faucz comenta sobre a falta de design no móvel brasileiro

O entrevistado da semana é o designer catarinense Bruno Faucz, um dos grandes nomes do design brasileiro de móveis. Na entrevista ele afirma que uma empresa sem design é um estoque de madeira e um designer sem a empresa é um estoque de ideias. Também comenta sobre a ausência de uma matriz exportadora e faz um mea culpa: muitos designers são artistas e desenvolvem produtos para ganhar prêmios. 

 

Vale a pena assistir esta empolgante entrevista.

 

Aproveitando a deixa de Bruno Faucz eu comento sobre a alta das importações e a estagnação das exportações no tradicional Cá entre nós. 

 

O resultado das exportações de móveis no primeiro trimestre desse ano atingiu praticamente 196 milhões de dólares, o que equivale a um empate em relação igual período de 2023, um número bem distante dos 229 milhões, o pico em uma década para o período, obtido em 2022.

 

Mas chama a atenção as importações de janeiro a março deram um salto de 36,2% sobre igual intervalo do ano passado, totalizando 210 milhões de dólares.

 

O déficit gerado nos primeiros três meses de 2024 tem muito a ver com as importações em larga escala trazidas da Ásia, que cresceram 46,9%, totalizando US$ 119 milhões, ante US$ 81 milhões em 2023. Ano passado a participação asiática era de 52,5% sobre o total das importações, nesse ano subiu para 56,6%.

 

 

Não dá para se descuidar das importações. É preciso que as entidades do setor olhem com lupa o que vem acontecendo. Não dá para desconhecer que, mantendo o volume dos primeiros três meses deste ano, fecharemos 2024 com importações na casa 840 milhões de dólares, ou seja, 4,2 bilhões de reais, o equivalente a 10% dos móveis produzidos no Brasil.

 

Como observou Bruno Faucz na entrevista, até hoje não temos uma matriz exportadora de móveis, somos apenas uma produtora de peças encomendadas pelos clientes estrangeiros. Pior do que isso só o aumento das importações que tiram uma significativa fatia das indústrias brasileiras, estreitando ainda mais o minguado mercado nacional.