IMG-LOGO

Capixabas querem se tornar 2º maior produtor de móveis do País

Por Natalia Concentino - 29 de Janeiro 2020

O setor de madeira e móveis no Espírito Santo é um dos que tem ótima perspectiva de crescimento nos próximos anos. Os produtos capixabas já são comercializados em grandes centros, como São Paulo, Rio de Janeiro, e Belo Horizonte. As vendas no mercado externo somaram US$ 3,4 milhões em 2019, ocupando a 8ª posição entre os estados exportadores. Até 2035, a perspectiva é de que se torne um dos maiores produtores de móveis do Brasil.

Hoje as duas primeiras posições no ranking de produção moveleira são ocupadas por gaúchos e paranaenses – não necessariamente nesta ordem – surgindo na sequência os estados de São Paulo, Santa Catarina e Minas Gerais. Mas com investimentos sendo feitos nas áreas certas e com a atração de filiais de empresas localizadas em outros Estados, o Espírito Santo pode chegar a ser o segundo ou terceiro polo moveleiro do Brasil em menos de 15 anos.

A projeção otimista é de Luis Soares Cordeiro, presidente do Conselho Administrativo da Placas do Brasil, empresa que se instalou no Espírito Santo no fim de 2018 para produzir painéis de MDF, essenciais para a fabricação de móveis.

Durante entrevista ao jornal A Gazeta, em reportagem sobre as rotas de desenvolvimento traçadas pela Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes) e governo do Estado, para estimular o crescimento industrial, Soares Cordeiro garantiu que “o setor moveleiro está muito bem equacionado aqui no Estado. Acredito que no menor aumento de demanda a gente vai ver este setor crescer. O Espírito Santo já tem uma grande tradição na fabricação de móveis e ficou ainda mais competitivo com o aumento da oferta de placas de MDF”, avaliou Soares Cordeiro.

Tal aumento da demanda pode chegar com a recuperação da construção civil, que se recupera da pior crise da história no Espírito Santo. A retomada nos dois setores anda de mãos dadas, já que havendo novos imóveis entregues serão necessários móveis para preencher os ambientes.

Outro ponto a favor do Estado, na avaliação de Cordeiro, é a localização geográfica, que facilita o envio dos produtos para as regiões Nordeste e Sudeste. “Pense em uma empresa do Rio Grande do Sul, principal polo moveleiro do Brasil. Quando ela vende para o Norte ou Nordeste são cinco mil quilômetros de estradas para enviar o produto. Aqui, a gente já está na metade do caminho”, comparou.

A atração de empresas já estabelecidas em outras regiões do país deve ser, segundo Cordeiro, a principal ação a ser tomada. “Muitas empresas do Sul já estão com sua capacidade produtiva no limite. Devemos atrair essas empresas para o Espírito Santo porque aqui temos benefícios da Sudene (Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste), tem mão de obra, tem a questão logística e tem matéria-prima”, destaca.

“Condições para abastecer essas empresas nós temos. Nossa capacidade instalada na fábrica é de 30 mil m³ e metade disso é o que o Espírito Santo tem demandado. O nosso excedente é vendido para empresas do Nordeste”, acrescenta Cordeiro.

Fábrica da Placas do Brasil tem excedente de produção de MDF

Setor vinha perdendo musculatura

Quem vê as projeções otimistas para o setor de madeira e móveis pode não imaginar que nos últimos anos ele vinha perdendo sua força. Segundo Luis Soares Cordeiro, as margens dos empresários estavam reduzidas. “A gente estava precisando trazer matéria-prima de fora. Isso aumenta o custo da produção e diminui a margem de lucro. Desde 2013, com o consumo baixo e a queda na construção civil, a indústria moveleira sofreu demais”, recorda. “Mas, agora, é hora de virar a chave, conclui o presidente do Conselho Administrativo da Placas do Brasil.

 

 

Comentários