CNI aponta recuperação da atividade em junho
Os dados da Sondagem Industrial da Confederação Nacional da Indústria (CNI) de junho mostram aumento da atividade, que reverte, em grande medida, as quedas registradas no mês anterior na esteira da interrupção do transporte rodoviário de cargas. A utilização da capacidade instalada voltou ao patamar de abril, antes da paralisação, e os estoques acumulados em excesso foram significativamente reduzidos, aproximando-se ao desejado pelas empresas.
As expectativas também melhoraram. Os empresários não esperam que o emprego industrial caia nos próximos meses e se mostram otimistas também com relação à demanda futura, compras de matérias-primas e exportações. Por outro lado, a intenção de investir continuou em queda. As condições financeiras também pioraram, com aumento da insatisfação com a lucratividade e com a situação financeira no segundo trimestre.
Os dados dos principais problemas da Sondagem Industrial mostram que a elevada carga tributária e a falta de demanda permaneceram no topo das reclamações. Contudo, os impactos da paralisação foram sentidos: a falta e o alto custo de matéria prima consolidaram-se no terceiro lugar e as dificuldades de transporte/logística pularam da 9ª para a 4ª posição no ranking. Outro fator apontado pelos empresários como um dos principais problemas foi a tabela do frete.
O índice de evolução da produção passou de 41,6 pontos em maio para 50,8 pontos em junho. Ou seja, saiu de um índice muito abaixo da linha divisória, mostrando queda intensa e disseminada da produção, frente ao mês anterior, para um índice superior, ainda que próximo a essa linha, mostrando leve aumento da produção. Ressalte-se que em anos anteriores, a tendência é que junho seja um mês de atividade mais fraca que maio (índices tendem a situar-se abaixo da linha divisória).
O índice de evolução do número de empregados manteve-se praticamente estável entre maio e junho (queda de 0,2 ponto, para 48,1 pontos). O índice mostra uma redução do emprego industrial no período. Não obstante, o indicador de junho de 2018 é o maior para o mês dos últimos cinco anos.
Comentários