Como a neuroarquitetura melhora a produtividade nas empresas
A neuroarquitetura se apresenta como um elo entre a neurociência e o design de ambientes, revelando como a configuração dos espaços pode influenciar diretamente nossa mente, bem-estar e comportamento. Esse campo de atuação vai além da estética, dedicando-se a compreender por que e como nosso cérebro reage aos estímulos exteriores. Ela investiga nossos modelos perceptivos - desde a disposição dos móveis até as cores, materiais e texturas – em busca de promover aspectos de criatividade, produtividade, bem-estar, assim como favorecer processos de recuperação emocional fortalecendo vínculos colaborativos.
Algumas dessas estratégias incluem o uso de cores, a altura do teto, a iluminação natural, as formas arquitetônicas, texturas, uso de materiais naturais e disposição de móveis e objetos. Tudo isso é aplicado de acordo com teorias do design, da psicologia e da neurociência. Para estimular a criatividade, por exemplo, os arquitetos apostam em elementos naturais, nas cores vivas e em espaços de convivência.
A capacidade de colaboração e a criatividade não são atributos permanentes, mas reações a fatores externos podendo se desenvolver ou retrair com o passar do tempo.
Comparadas às pessoas que trabalham em companhias com baixo índice de confiança, as que trabalham em empresas com alto índice apresentam 74% menos estresse, 106% mais energia no trabalho, 50% mais produtividade, 13% menos dias doentes, 76% mais engajamento, 29% mais satisfação com suas vidas e 40% menos burnout, de acordo com o pesquisador Paul J. Zak.
As estratégias de neuroarquitetura englobam uma gama de fundamentos da psicologia, do design e da neurociência. Expandindo o horizonte de aplicação, a neuroarquitetura pode ser uma grande aliada em outras áreas com o mesmo objetivo. É o caso da neuroeconomia, uma teoria cunhada também por Zak.
“O ambiente construído é inicialmente percebido através das emoções, um sistema instintivo e eficiente que julga o que é bom ou ruim, seguro ou perigoso, para se manter vivo”, comenta Lorí Crizel, Especialista em Neurociências e Comportamento Humano e Mestre em Percepção Humana.
“O cérebro humano pode fazer distinções sobre materiais, relações espaciais, proporções, escala, conforto, entre outros detalhes, instantaneamente. O espaço sempre afeta os usuários, mantendo ativa a interação entre o ambiente e o indivíduo”, conclui o especialista.
Comentários