Cenário político eleva cautela dos varejistas
De acordo com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), o aumento de turbulências no cenário político elevou a cautela do varejista quanto à retomada na economia. Além disso, a conjuntura contribui para derrubar a confiança do setor de varejo em abril - o Índice de Confiança do Comércio (ICC) medido pela fundação recuou 0,1 ponto entre março e abril.
Para os próximos meses, não são descartadas novas quedas no indicador. Na prática, a perspectiva de acirramento da disputa pela corrida presidencial só deve conferir maior volatilidade ao cenário político, o que pode impactar a confiança dos comerciantes quanto ao futuro da economia.
De março para abril, as expectativas já deram o tom da trajetória negativa do ICC, de acordo com a análise da FGV. Entre os dois sub-indicadores componentes do índice, o Índice de Situação Atual (ISA) subiu 0,6 ponto; mas o Índice de Expectativas (IE) caiu 0,8 ponto, no período.
Em abril, assim como em todos os meses para realização da sondagem, os empresários do setor foram questionados sobre obstáculos para retomada na confiança do setor. Do total entrevistado, 3% citou o ambiente político - sendo que a resposta para esta mesma pergunta mostrava fatia de 1,6% em março.
Ontem, 25 de abril, Rodolpho Tobler, coordenador da Sondagem do Comércio da fundação, destacou ser evidente que a recuperação econômica ainda está em curso, embora em velocidade lenta. Mas, ao mesmo tempo, reconheceu que, pelo menos no momento, não há como saber qual será a influência de possíveis problemas na política na recuperação na atividade.
Caso o mercado de trabalho volte a dar sinais de recuperação mais robusta, isto poderia levar a uma recuperação mais intensa do ICC. Mas não é certo que isso ocorra, admitiu. "Não temos como mensurar. Os fatores econômicos, a melhora na economia, tem se consolidado", disse, acrescentando, porém, que a economia não é blindada de fatores políticos.
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