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Consumo: Confiança do empresário do comércio continua em queda

Por Natalia Concentino - 21 de Fevereiro 2022

A queda do dólar por conta do aumento do fluxo de estrangeiros investindo no País, atraídos pela aparente calmaria no processo eleitoral e o aumento da taxa de juros do Banco Central, foi o assunto mais comentado nas últimas semanas no País.

A incerteza quanto ao cenário econômico e político, porém, freou a confiança do empresário do comércio, que fechou fevereiro em queda, segundo o índice da Confederação Nacional do Comércio (CNC).

No cenário internacional, o varejo nos EUA apresentou o maior crescimento desde março de 2021 por conta do mercado de trabalho aquecido e dos ganhos reais de salários.

Esses e outros temas são tratados no “Panorama Mercado&Consumo” desta semana, produzido pelo time da Gouvêa Analytics, integrante da Gouvêa Ecosystem. Confira, a seguir, os principais pontos de atenção nos próximos dias na economia.

Cenário econômico nacional

O assunto mais comentado na economia, nas últimas semanas, foi a queda do dólar. A moeda americana, que chegou a bater R$ 5,80 ainda em 2022, foi transacionada até por R$ 5,12. O fluxo de estrangeiros investindo no País explica boa parte desse fenômeno.

Se contarmos apenas a Bolsa de Valores, a entrada até o dia 15 de fevereiro foi de R$ 49,3 bilhões líquidos, ou seja, já descontadas as saídas. Vale lembrar que pode ter havido entradas através da renda fixa.

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Várias razões colaboraram para esse resultado: uma aparente calmaria no processo eleitoral e os ataques ao teto de gastos, o valor baixo das ações brasileiras em dólar, o aumento da taxa de juros do Banco Central brasileiro sem contrapartida (ainda) do FED e o foco em commodities.

No mercado de ações doméstico, as notícias não são animadoras. Somente em janeiro houve 17 desistências de empresas para fazer IPOs (lançamento de ações). Não houve, no ano, ainda nenhuma nova oferta de empresas. A incerteza quanto ao cenário econômico e político foi o principal motivo citado pelos executivos responsáveis.

O índice que mede a confiança do empresário do comércio, medido pela Confederação Nacional do Comércio (CNC) mostrou queda de 1,2% e atingiu 119,3 pontos em fevereiro.

As condições atuais de mercado caíram 1,4%, enquanto as expectativas futuras de negócios, 1,6%. O grande vilão foi o subíndice que mostra as condições da economia, com queda de 2,4%. Os empresários do Sul estão mais otimistas, enquanto os do Norte mais pessimistas.

Cenário economia internacional

O varejo nos EUA mostrou crescimento de 3,8% em janeiro, o maior desde março de 2021. O mercado de trabalho aquecido, os ganhos reais de salários e o acúmulo de “cash” pelos programas de ajuda do governo federal foram os principais fatores que ocasionaram essa forte alta.

Os setores de móveis e utensílios, automóveis e comercio eletrônico foram os que mais cresceram. Por outro lado, bares e restaurantes registraram queda em decorrência dos casos de Ômicron

A China divulgou seus índices de inflação de janeiro e os números agradaram o mercado. O índice industrial baixou de 10,3%, anualizado para 9,1%, principalmente por conta da queda dos preços de carvão e aço.

O índice ainda se mantém alto por conta das limitações e dos gargalos de oferta, embora o governo forneça para empresas, insumos em valores subsidiados. Assim é possível que as empresas não repassem ao consumidor e o índice permaneça em 0,9% ao ano, contra 1,5% em dezembro.

Alimentos, principalmente carne de porco, e energia ajudaram a baixar o índice anualizado. Agora, com a inflação em níveis bem confortáveis ao consumidor, é bem possível que o governo chinês opte por uma política monetária mais expansionista com o objetivo de garantir um crescimento de, pelo menos, 5% em 2022.

(Com informações do Mercado&Consusmo)

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