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Consumo das famílias crescerá mais rápido

Por Jeniffer Oliveira - 20 de Setembro 2017

A liberação dos recursos do FGTS ajudou, mas a volta do consumo das famílias veio para ficar e é o que deve sustentar o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) nesta fase inicial da retomada. Movimento que vai aquecer a venda de produtos e serviços, em geral de menor valor agregado, mais rápido do que era esperado no início do ano. A expectativa é de que o nível de consumo das famílias retorne ao patamar de 2014 (último ano de crescimento) até 2019. Parece distante, mas o fato é que ninguém previa a retomada a esse patamar antes de 2020.

 

“Achávamos que a retomada seria liderada pelos investimentos, mas isso não vai acontecer porque a ociosidade está elevada. O que vamos ver é uma recuperação gradual com os investimentos das famílias à frente. O FGTS ajudou, mas temos de fato um aumento da renda disponível das famílias devido ao recuo da inflação, queda dos juros e uma tendência de alta da confiança (o emprego parou de piorar)” explica Rodolfo Margato, economista do banco Santander.

 

Empresas dos segmentos mais beneficiados nesse processo são estimuladas a adotar estratégias proativas: abertura de lojas, novos turnos de produção nas indústrias voltadas a bens de consumo e contratações são algumas das ações que devem ficar mais evidentes até o fim do ano e, principalmente, no ano que vem. O Santander projeta crescimento de 0,8% no consumo das famílias neste ano, acima da previsão para a expansão do PIB, de 0,7%. Para o ano que vem, a previsão é de que o consumo cresça 3,5%, número que não repõe o tombo de 8% acumulado entre 2015 e 2016.

 

O medo do desemprego fez o consumidor se retrair muito a partir do final de 2015 de acordo com o economista do Bradesco, Igor Velecico. “Isso é positivo porque o consumo voltando mostra aos empresários que as coisas não estão tão ruins e de fato estamos saindo da recessão. A dúvida é o ritmo dessa retomada”, diz Velecico.

 

Raphael Galante, economista da Oikonomia Consultoria, lembra que, com a queda dos juros, o crédito está voltando, o que também ajuda o consumidor a tomar decisões de compras, mas alguns setores, que exigem desembolsos maiores das famílias e que não são considerados essenciais, devem demorar um pouco mais a reagir. “O brasileiro se apertou porque passou a ganhar menos, o PIB per capita caiu. Agora que ele vê uma melhora, o racional é fazer primeiro o que é mais urgente, como o convênio de saúde ou colocar o filho de volta na escola particular. Itens de maior valor, como a venda de veículos, vão crescer em uma velocidade menor” pontuou Galante.

 

Com informações de O Globo

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