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Crédito deve crescer no segundo semestre

Por Edson Rodrigues - 29 de Maio 2013
De acordo com o Banco Central (BC), o cenário do crédito no primeiro quadrimestre deste ano mostrou um aumento de apenas 3,6%, com relação ao mesmo período do ano passado. Para o analista do BB Investimentos, Carlos Daltozo, a desaceleração é fruto da maior seletividade dos bancos na concessão do crédito, além da melhora na análise de crédito. Ainda segundo o analista, os resultados devem melhorar a partir do segundo semestre com o mercado acompanhando o cenário macroeconômico. Daltozo espera que os privados tenham uma atuação mais forte no estoque geral de crédito fazendo com que o crescimento anual fique entre 15% e 16%. "Durante todo o ano passado, os bancos públicos foram os principais responsáveis pelo aumento no crédito, enquanto os privados foram mais tímidos e restritivos. Acredito que essa tendência deve se reverter neste ano, o que aumenta a concorrência." 
O presidente do instituto Fractal de análise de mercado, Celso Grisi, concorda com a retomada do crédito no segundo semestre, mas acredita que o ritmo mais baixo de crescimento no primeiro quadrimestre foi positivo para a economia brasileira, considerando que as empresas e famílias estão com seus caixas muito comprometidos com dívidas. “Se o sistema financeiro acelerar muito o crédito isso pode levar há um estouro do orçamento das famílias e consequentemente há um aumento na inadimplência", completou Grisi. Além disso, o analista prevê que o reajuste salarial acima da inflação irá estimular a procura por crédito, principalmente o consignado e imobiliário. As pessoas físicas puxaram a demanda por crédito em abril, com aumento de 7,4% em relação a março. As pessoas jurídicas, por sua vez, tiveram aumento de apenas 1% no crédito em abril na comparação com mês anterior.
Para Carlos Daltozo, esse dado se explica pelos índices de inadimplência das empresas, principalmente das pequenas e médias empresas, o que fez com que os bancos fossem mais restritivos nas análises de crédito. A inadimplência do crédito com recursos livres para pessoas físicas foi de 7,5% em abril deste ano, divulgou o Banco Central na última sexta-feira. Esse é menor índice mensal desde outubro de 2011, quando a taxa ficou em 7,4%, o nível mais baixo de toda a série histórica do BC foi de 6,3%%, registrado em março de 2011.
O estoque de crédito foi de R$ 2,45 trilhões em abril de 2013, aumento de 16,4% em relação ao mesmo mês do ano passado quando o resultado apontou um estoque total de R$ 2,1 trilhões, mas apenas 1,1% acima do resultado de março. O crescimento acumulado nos últimos 12 meses 3,6%.

O chefe do Departamento Econômico do BC, Túlio Maciel, afirmou que "um dos fatores que têm levado à redução da inadimplência é a maior cautela dos bancos ao conceder crédito, com melhor avaliação do perfil do tomador. Além disso, há mais debate sobre educação financeira no País". Os dados apontaram ainda uma queda de 4,1 pontos percentuais na taxa de juros praticadas pelos bancos. Em abril de 2013, a média foi de 18,3% ao ano, enquanto no mesmo período do ano passado a média de 22,6% ao ano. Na comparação com março a queda foi bem menos expressiva e foi de apenas 0,1%.
Essa tendência, no entanto, não deve se manter durante o resto do ano, uma vez que o mercado espera aumento da taxa básica de juros, Selic, o que deve encarecer os juros tanto para famílias como para empresas. "É natural se esperar que o aumento de taxa básica continue impactando o custo de captação e venha a atingir as taxas para as famílias e empresas", afirmou Maciel. 

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