Custo industrial sobe 0,6% em 2017, diz CNI
O menor ritmo de avanço dos custos com pessoal e com bens intermediários, assim como o acesso a fontes de crédito mais baratas para capital de giro, pôs um freio no crescimento do custo industrial em 2017. Os custos industriais cresceram 0,6% em 2017 na comparação com 2016, segundo melhor resultado da série histórica, iniciada em 2006. O pequeno avanço perde somente para a queda de 1,9% registrada em 2009. No último trimestre do ano passado, a alta foi de 1,6% sobre o período de julho a setembro.
Os dados foram divulgados nesta segunda-feira, 19, pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e mostram que a redução do custo para as empresas tomarem capital de giro foi uma das principais contribuições na contenção dos custos do setor. Esse índice caiu 20,9% na média do ano, acompanhando a forte redução na taxa básica de juros da economia, a Selic, hoje no piso histórico de 6,75% ao ano.
A aquisição de bens intermediários importados também se mostrou um peso menor nos custos para a indústria no ano passado. Até o índice de custo tributário diminuiu 0,4% na média de 2017 contra 2016.
Os custos com pessoal, energia e bens intermediários de origem nacional foram os fatores que levaram a um aumento no índice de custos industriais no ano passado. Mas a CNI ressalta que os crescimentos foram “mais moderados” do que no passado.
Com o freio no aumento dos custos industriais, a lucratividade da indústria aumentou pelo segundo ano consecutivo, informa a CNI. Isso porque o avanço dos preços de produtos manufaturados subiu 1,6%, mais do que o custo do setor.
“Apesar da contenção dos custos industriais no ano, a indústria brasileira perdeu competitividade em 2017 tanto no mercado doméstico, na competição com os produtos importados, quanto no mercado externo, onde as exportações brasileiras competem com os produtos fabricados nos mercados de destino e com as exportações de outros países”, ponderou a entidade.
O preço dos manufaturados importados, em reais, caiu 7,7% na média de 2017 comparada com a média de 2016. “Os produtos brasileiros ficaram relativamente mais caros que os produtos importados no ano”, ressalta. Segundo a CNI, o preço dos produtos manufaturados nos Estados Unidos, em reais, também apresentou retração de 6,2%, indicando que as exportações brasileiras no mercado externo também ficaram relativamente mais caras no período.
“O barateamento dos produtos que competem com os brasileiros no mercado doméstico e no mercado internacional está relacionado à valorização do real no período”, analisa a CNI.
Apenas no quarto trimestre de 2017, o índice de custos industriais subiu 2,9% em relação a igual período do ano anterior. Na comparação com o terceiro trimestre de 2017, o avanço foi de 1,6%.
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