Demitidos da Bartira receberão indenização
Na última semana, a Móveis Bartira, de São Caetano do Sul (SP), demitiu 300 dos 1.600 empregados via telegrama, quantia equivalente a um turno de trabalho, restando dois. Os funcionários estavam em casa, em férias remuneradas, sob a justificativa de ajuste e balanceamento do estoque, motivo que também consta na carta enviada aos dispensados. A produção está 100% parada desde 1º de outubro e voltará à ativa em 5 de novembro.
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Os 300 demitidos da fábrica, aprovaram na última sexta-feira (19) em assembleia no Sintracom (Sindicato Intermunicipal dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e do Mobiliário) da cidade a proposta que determina pagamento, no mês que vem, de indenização conforme o tempo de casa do ex-funcionário – colaboradores com menos de um ano levam R$ 1.300, até sete anos, R$ 2.800 e, acima desse tempo de casa, R$ 4 mil.
Embora o acordo não contemple os pleitos iniciais dos trabalhadores – tais como pagamento indenizatório equivalente a dez salários nominais, 12 cestas básicas e manutenção do convênio médico por um ano –, nem a oferta anterior da Bartira – três meses de convênio médico e cesta básica –, os demitidos avaliam que a decisão foi positiva. “Não foi bem o que esperávamos, mas deu tudo certo”, disse um deles, que pediu sigilo.
“A Bartira falou que não tinha como pagar mais e que esse valor era o máximo, porque a situação não vai bem”, relatou José Maria de Albuquerque, presidente do Sintracom. “Mas como em um mês ela está bem e, inclusive, reforma toda a fábrica, e no mês seguinte diz que está ruim?”, questionou. “É uma falta de respeito com quem se dedicou à empresa por mais de 20 anos, em alguns casos. É preciso valorizar o trabalhador.”
Em relação à readmissão imediata de pessoas que possuem problemas de saúde, estão em tratamento médico ou próximos à aposentadoria, que teriam direito à estabilidade, o sindicato afirmou que está negociando com a empresa. A Via Varejo, grupo responsável pela fábrica, garantiu que os casos de estabilidade previstos em convenção coletiva ou legislação serão mantidos, e outras situações serão analisadas individualmente.
Com a decisão, os dispensados descartaram a possibilidade de acampar em frente à primeira loja da Casas Bahia, onde também funciona a sede da Via Varejo, em São Caetano, conforme haviam ameaçado na semana passada no caso de a empresa não sinalizasse acordo. Do mesmo modo, o sindicato não irá solicitar mesa-redonda com mediação do MTE (Ministério do Trabalho e Emprego). Segundo Albuquerque, o documento será assinado, oficialmente, na segunda-feira.
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