Design chega à classe C
A indústria moveleira no Brasil, até pouco tempo marcada pela disparidade entre os móveis populares e os de luxo, vê surgir um novo nicho de mercado, a classe C. Disposta a adquirir produtos de maior qualidade e muitas vezes contaminada por referências das classes mais abastadas, ela, entretanto, não tem condições de pagar os mesmos valores, ainda que o tíquete médio de compra tenha aumentado. Atento às novidades, o consumidor da classe C busca móveis com conforto, beleza e durabilidade
“Antes, nosso campeão de vendas era um modelo de cozinha compacta, com três peças, de R$ 199,00”, conta Jonas Victor, diretor de móveis da Casas Bahia. “Hoje, é uma cozinha modulada, muito similar às planejadas disponíveis no mercado, que custa R$ 799,00”, completa.
Mas conquistar esse público é um desafio relativamente novo para designers, fabricantes e lojas. “É preciso pensar nessa classe emergente com respeito e sensibilidade”, afirma a antropóloga Luciana Aguiar, sócia da empresa de consultoria e pesquisa Plano CDE. Ela explica que, além de os espaços disponíveis serem diferentes, as referências estéticas das classes mais baixas são outras. “Elas vêm da cultura popular, enquanto a elite está muito mais ligada a tendências”, diz
O designer Marcelo Rosenbaum, que já criou linhas de produtos focadas em classes populares, concorda e acrescenta: “Existe um gosto que não tem nada a ver com o minimalismo que impera nas casas de luxo, e isso deve ser levado em conta. Como já disse Joãozinho Trinta, quem gosta de simplicidade é intelectual.”
(Fonte: Delas Casa)
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