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Diferença de expectativas de trabalhadores é alerta a empresas

Revisado Natalia Concentino - 31 de Agosto 2024
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Imagem: Freepik

A diferença de expectativas que envolve trabalhadores tem se tornado um dos principais desafios para empresas no Brasil e em outros mercados da América Latina, apontou a Michael Page, empresa global de recrutamento, em novo estudo ao qual teve acesso em primeira mão a Bloomberg Línea.

 

“Encontrar estratégias que funcionem para todos os envolvidos está se tornando mais complicado - algo que chamamos de ‘a divergência de expectativas’”, disse Gijs van Delft, Senior Managing Director do PageGroup para o Brasil, no estudo “Talent Trends 2024″.

 

Foram entrevistados cerca de 10.000 profissionais em diferentes mercados da América Latina, dos quais perto de 2.300 no Brasil, em cargos essencialmente de gerência, de coordenação e supervisão e também sem responsabilidades gerenciais.

 

Entre os objetivos do estudo global da Michael Page, unidade de negócios do PageGroup dedicada a serviços de recrutamento para profissionais de alta a média gerência, estão fornecer insights para a definição de políticas mais eficazes de retenção e atração de talentos.

 

“Por um lado, os profissionais têm uma lista crescente de expectativas, que vão muito além de salários competitivos e flexibilidade. Por outro, as empresas enfrentam pressões significativas em um ambiente corporativo altamente dinâmico, o que dificulta o alinhamento das expectativas”, disse o executivo.

 

Tais demandas são acompanhadas pela necessidade de incorporar iniciativas de diversidade, equidade e inclusão, bem como a inserção da Inteligência Artificial (IA) nas atividades de trabalho.

 

“Embora o crescimento salarial esteja em desaceleração globalmente devido às pressões econômicas enfrentadas pelos empregadores, profissionais ainda esperam salários mais altos para acompanhar o aumento do custo de vida e se sentirem valorizados por suas contribuições”, disse o Senior Managing Director do PageGroup para o Brasil.

 

A flexibilidade também se tornou um ponto crucial, dado que empresas enfrentam dificuldades para obter a adesão a seus modelos e políticas de trabalho híbrido. E há outros desafios.

 

Com cinco gerações diferentes atualmente ativas no mercado de trabalho, manter uma cultura dinâmica em que todos possam ser autênticos é mais complexo do que nunca, segundo a Michael Page.

 

Mas a lista ampla de expectativas não correspondidas dos trabalhadores é, no fim do dia, encabeçada pelo fator tradicionalmente apontado como mais relevante.

 

“A divergência de expectativas entre profissionais e empresas é especialmente evidente na área da remuneração. As exigências cada vez maiores dos colaboradores brasileiros estão desalinhadas com os desafios econômicos enfrentados por muitos empregadores”, concluiu o estudo.

 

Segundo a Michael Page, citando dados da pesquisa, mais da metade dos brasileiros (52%) está insatisfeita com seu salário - e isso começa a influenciar as intenções de mudança de emprego. No ano passado, esse contingente era menor e equivalente a 39%.

 

Para 50% dos brasileiros que buscam um novo emprego, a remuneração é o critério mais relevante na decisão de aceitar uma proposta, um pouco abaixo da média de 58% na América Latina.

 

O estudo apontou que metade dos brasileiros disse que está em busca de um novo emprego, um percentual abaixo da média da América Latina (55%) e do resultado comparável de 2023 (56%). Além disso, mesmo entre aqueles que dizem não buscar uma nova colocação, a ampla maioria declarou que consideraria fazê-lo ou de fato aceitaria uma eventual proposta melhor de outra companhia.

 

leia: Tecnologia: as tendências que vão impactar o trabalho em 2024

 

O que pesa além da remuneração

 

Há uma aparente contradição a esse respeito, de acordo com o estudo da Michael Page. Embora a remuneração tenha sido indicada pelos próprios próprios profissionais como o fator que mais na pesa na decisão de aceitar uma proposta, ela não é a que se traduz em maior satisfação no trabalho - um sinal de que o trabalho por dinheiro ainda pesa mais do que a realização pessoal.

 

Esse status coube ao “equilíbrio entre vida pessoal e profissional”, segundo 52% dos entrevistados, acima dos 43% que apontaram o salário como fator que mais pesa para a satisfação.

 

De forma semelhante, as próprias empresas indicaram o entendimento de que a remuneração é o fator que mais pesa na retenção de talentos (59% do total), acima do equilíbrio entre vida profissional e pessoal (37%) e da progressão de carreira (36%), em respostas múltiplas.

 

Diante das descobertas do estudo, a Michael Page enumerou três recomendações principais para empregadores que buscam atender às expectativas de seus colaboradores.

 

A primeira é “promover ambientes de trabalho flexíveis que priorizam as pessoas e preservam o equilíbrio entre vida pessoal e profissional”; outra recomendação é “criar um espaço em que as pessoas se sentem valorizadas, ouvidas e compreendidas”; e, por fim, “apoiar os profissionais à medida que o trabalho continua a evoluir em torno de novas tecnologias”, caso da Inteligência Artificial.

 

Fonte: https://www.bloomberglinea.com.br

 

 

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