D’Itália nega irregularidade em financiamento
De acordo com informações divulgadas nesta terça-feira (27) pelo G1, o governo do Rio Grande do Sul instaurou uma comissão de sindicância para investigar irregularidades na concessão de empréstimos milionários pelo Badesul. Um dos financiamentos, no valor de R$ 10 milhões, foi concedido a Móveis D’Itália, de Monte Belo do Sul (RS). No dia 14 de setembro, o Badesul acabou sendo descredenciado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) devido a um calote milionário de mais de R$ 140 milhões, em valores atualizados. Com isso, a agência de fomento deixou de receber recursos do banco federal e está impedido de conceder novos empréstimos.
Para liberar os financiamentos, o empresário tem que apresentar garantias, nas quais ele se compromete a entregar bens para o banco, caso não consiga pagar o empréstimo. Entretanto, durante 2011 e 2014, o Badesul mudou essas regras, que agora vão ser alvo de investigação. O banco, por exemplo, passou a aceitar como garantia imóveis sem a necessidade da apresentação de escritura. "Foi flexibilizado, por exemplo, o aceite de áreas não averbadas como prática do sistema de garantia. Isso não é uma prática habitual", observa a atual presidente do Badesul, Susana Kakuta.
O ex-presidente do Badesul nega irregularidades. “Em geral se buscava uma garantia hipotecária ou a garantia de um recebível", observa Marcelo Lopes. "Todos os projetos foram aprovados pela área técnica do banco, seguindo ritos internos”. A comissão tem 30 dias para concluir a sindicância e, ao final, pode pedir o bloqueio de bens dos envolvidos e o ressarcimento do dinheiro público.
De acordo com o presidente da Móveis D'Itália, Noemir Capoani, o empréstimo foi realizado dentro das normas legais. “Nós demos as garantias necessárias e não cometemos nenhuma irregularidade”, afirma o empresário. Ainda segundo ele, máquinas novas e imóveis foram apresentados como garantia.
Entenda o caso
O Badesul é uma agência de fomento que empresta dinheiro para empresários, agricultores e médios empreendedores. Prioriza algumas atividades que ajudam a desenvolver o estado. Os juros são mais baixos do que os cobrados pelos bancos e o cliente tem dois anos para começar a pagar o financiamento por um período de cinco anos.
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