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E-commerces se destacam na bolsa e por aportes milionários

Por Natalia Concentino - 14 de Abril 2021

No início de janeiro publicamos que a MadeiraMadeira era considerada o mais novo unicórnio brasileiro, ou seja, a startup de móveis se tornou uma empresa avaliada em mais de 1 bilhão de dólares. Pouco menos de um mês depois foi a vez da Mobly voltar a ser notícia com o início das negociações de ações na bolsa de valores. E, logo em seguida, a Westwing seguiu pelo mesmo caminho, e levantou mais de R$ 1 bilhão no lançamento do seu IPO (oferta pública inicial).

Todos esses acontecimentos seguidos mostram que a venda de móveis pela internet está na “crista da onda”, como diriam os mais antigos. Fora isso, já sabemos que a Tok&Stok é a próxima empresa de móveis a entrar na B3, pois solicitou a abertura de seu capital em outubro de 2020. Por não ser uma nativa digital como as outras, a Tok&Stok, pretende captar recursos para investir em expansão, transformação digital, desenvolvimento de uma nova marca, além de aquisições para melhorar sua estrutura comercial.

Como disse nosso entrevistado da matéria de capa desta edição, Rafael Biancalana, diretor da It’s Commerce, “se não estivéssemos em um bom momento para o setor, não estaríamos vendo tanto movimento dessas empresas no mercado”.

E tudo isso vem acontecendo por conta de uma boa previsão de vendas no e-commerce, depois do forte movimento observado em 2020. Segundo a 6ª edição do Relatório Neotrust Compre & Confie, No ano de 2020, o Brasil atingiu o recorde de pedidos no e-commerce: 301 milhões de compras foram realizadas, número que representa uma alta de 68,5% em relação a 2019. Como consequência, o faturamento nacional também teve um crescimento significativo. Ao todo, a receita gerada foi de R$ 126,3 bilhões, número que representa uma variação de 68,1% comparado a 2019 e mostra a força do e-commerce para a economia do país.

O varejo digital conquistou mais brasileiros com suas facilidades. Além da agilidade e economia, o e-commerce se mostrou importante na pandemia por ser uma opção mais segura e diminuir a necessidade exposição ao Covid-19 durante as compras. Como prova disso, o e-commerce brasileiro ganhou 20,2 milhões de novos consumidores durante o ano de 2020, segundo o relatório.

O segmento Móveis e Eletrodomésticos aparece em segundo lugar, representando 25,9% das compras, ficando atrás somente dos equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (41,8%).

Assim fica fácil entender o aporte de U$ 190 milhões liderado pelo conglomerado japonês SoftBank e a gestora brasileira Dynamo à MadeiraMadeira no início do ano. A última captação da empresa havia sido em 2019, em rodada de 110 milhões de dólares liderada também pelo SoftBank. Segundo Paulo Passoni, sócio do fundo, o novo aporte reforça o compromisso do SoftBank com a visão de longo prazo do negócio.

Representantes da startup comentaram sobre alguns de seus planos na época em que foi feito o anúncio. “Com a nova injeção de capital, a MadeiraMadeira pretende acelerar algumas estratégias que estão em curso para tentar diminuir gargalos do negócio, como a logística. Em 2018 a empresa decidiu que era hora de investir em um braço próprio de logística, batizado de Bulky Log. Cerca de 18 meses depois, já foram inaugurados 14 centros de distribuição, o que vai permitir que a companhia disponibilize seu serviço de entrega para os vendedores do marketplace. Mas os sócios não descartam também aquisições para acelerar essas transformações”.

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Movimentações na bolsa

Enquanto os executivos da MadeiraMadeira ainda estudam a abertura de capital da empresa no futuro, os resultados começam a aparecer para aqueles que já mergulharam na bolsa de valores, como a Mobly e a Westwing.

Especialistas avaliam que a Mobly ganhou visibilidade durante a pandemia e pode render bons resultados aos investidores. “As pessoas passaram a equipar e a melhorar o ambiente em casa, onde passaram a ficar a maior parte do tempo”, afirmou ao Valor o analista técnico da Ativa Investimentos, Marcio Loréga.

Com a operação, a companhia movimentou R$ 811,594 milhões, dos quais R$ 777,778 milhões foram para o caixa. Praticamente todo o capital vai para a empresa, quantia direcionada para capital de giro, investimentos em publicidade, marketing e até aberturas lojas físicas, o que motiva os investidores.

A precificação foi de R$ 21 por ação, e chegou a subir mais de 25% nos dias seguintes ao IPO. Porém, no dia 21 de março estavam cotadas a R$ 23,66, alta de 12,4% em relação ao preço inicial.

Já a Westwing – loja de decoração online criada em 2011 como subsidiária de uma empresa alemã homônima e agora 100% brasileira – ingressou gerando alarde depois dos primeiros resultados, mas não conseguiu manter o bom desempenho nos dias seguintes. A Westwing levantou R$ 1,16 bilhão no lançamento de IPO, com ações precificadas a R$ 13,00. Foram colocadas no mercado 33.099.562 ações na oferta primária e 56.269.254 na secundária, que teve como vendedores a Oikos e a Tatix, além de Carlos Andres Alfonso Mutschler Castillo (presidente) e Eduardo Balbao Ribeiro de Oliveira (vice-presidente de operações).

Como resultado, R$ 430,3 milhões serão destinados à expansão de mercado, marketing, tecnologia, marca própria e logística, de acordo com o prospecto preliminar do IPO. Os outros R$ 731,5 milhões foram embolsados pelos vendedores.

Mas, o preço das ações despencou nos dias seguintes a abertura da capital. Até o dia 21 de março o papel havia recuado 29%, sendo vendida a R$ 9,23 e os investidores parecem ter perdido o encanto pelo potencial de retorno da Westwing, pelo menos por enquanto.

 

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