Embrapa identifica madeira para móveis no CE
Por Edson Rodrigues
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11 de Dezembro 2013
Para evitar mais destruição de florestas e garantir a atividade econômica promissora do setor moveleiro, um estudo desenvolvido pela Embrapa Agrotropical e Embrapa Floresta identificou as primeiras espécies de árvores viáveis para aproveitamento florestal. Em duas décadas, o setor de móveis de madeira no Ceará poderá ter a maior parte de sua matéria-prima obtida de manejo florestal, não mais de florestas a milhares de quilômetros distante, em outros estados.
Há dois anos, a Embrapa seleciona espécies de árvores de uso na indústria de móveis para plantio experimental no Perímetro Irrigado do Baixo Acaraú.
Categorias
Foram testadas aproximadamente 40 espécies florestais em uma fazenda no município de Marco, de propriedade do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs). Houve divisão em três categorias: não-tradicionais (cumaru, violeta, aroeira), exóticas (casuarina, acácia mangium e da Amazônia (andiroba, paricá e mogno). Também tinha plantas geneticamente modificadas de eucalipto, também usado na fabricação de móveis. Foram definidas seis espécies em plantios pré-comerciais: duas não-tradicionais, duas exóticas e duas da amazônia. As que melhor se adaptarem (seguindo o critério de maior produtividade, com destacadas altura e diâmetro) passam a ser plantadas em maior escala, no tipo de manejo florestal chamado "plantio de comprovação". O projeto dando certo, tanto o setor moveleiro é abastecido com floresta própria como diminui a exploração indiscriminada de florestas nativas tropicais no Ceará, à medida em que a ampliação florestal poderá atender a outras demandas do Estado.
Futuro
A maioria das espécies com comprovada viabilidade levam duas décadas para poderem ser cortadas e, portanto, usadas comercialmente. Significa que ainda há muito tempo para o setor moveleiro depender das florestas distantes, com altos custos de combustíveis, bem como o próprio Ceará sofrer com uma degradação que diminui a cada dia seus espaços florestais.
É uma aposta no futuro, garante Geraldo Osterno, presidente do Sindicato da Indústria do Mobiliário no Estado do Ceará (Sindmóveis). O município de Marco tem o maior pólo moveleiro do Ceará. São quase 30 empresas, entre pequenas, médias e grandes, gerando mais de 1.200 empregos diretos.
O trabalho das duas agências da Embrapa (Tropical e Floresta) poderá se tornar uma referência em manejo sustentável ambiental (e econômico) em outras regiões do País onde há forte demanda por madeira para produção de móveis, evitando, assim, maior degradação do meio.
Com a autossuficiência, o município poderá deixar de importar do Pará, Bahia e do sul do País. Com isso, os custos de produção do setor podem reduzir em até 15%.
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