Empresário Aldo Cini se torna cidadão Bento-gonçalvense
Aprovado por unanimidade, o Projeto de Decreto Legislativo, de autoria do vereador Anderson Zanella, concedeu o título de Cidadão de Bento Gonçalves ao empresário Aldo Cini pelos significativos serviços prestados à cidade. Na solenidade, que contou com a presença de familiares e discurso do filho, César Cini, o empresário recebeu, ainda, honrarias do Sindimóveis (Sindicato das Indústrias do Mobiliário de Bento Gonçalves), de onde foi presidente de 1987 a 1990, e uma comenda do Rotary Clube do município, junto de sua esposa Ordália Navarini Cini, também homenageada, por suas ações filantrópicas.
O fundador e Presidente Emérito da Madesa Móveis tem uma história que se confunde com a própria linha do tempo do maior polo moveleiro do Brasil. Nascido em Garibaldi (RS) em 1933, o administrador de 89 anos se destacou com um olhar à frente do seu tempo, em uma história repleta de superações, sonhos e conquistas.
Cini chegou em Bento Gonçalves com 12 anos de idade junto de seu pai, de quem herdou, principalmente, a expertise, a criatividade e a capacidade de desenvolver produtos e processos. Ainda jovem, deu seguimento aos negócios de serralheria da família e expandiu a pequena empresa que, anos mais tarde, se transformou na Companhia de Móveis Aldo Cini. Além do ferro, passou a trabalhar com novos materiais e desenvolveu produtos como móveis escolares e residenciais em tubo e fórmica. Neste período, participou de feiras internacionais, com destaque para a ‘Brazil Export’, de 1973, em Bruxelas, na Bélgica, onde foi o único representante brasileiro do setor. Em 1977, criou a Madesa Móveis, com foco na fabricação de móveis em madeira de pinus, buscando não só o mercado nacional, como também a exportação, com seus produtos vendidos em mais de 60 países. A marca, que completou 45 anos em fevereiro deste ano, segue, até hoje, como referência em inovação, práticas sustentáveis, qualidade e atendimento.
O empresário, além disso, foi o fundador e primeiro presidente da Movergs - Associação das Indústrias de Móveis do Estado do Rio Grande do Sul, onde teve papel fundamental na formação do polo moveleiro gaúcho. Foi presidente do Sindmóveis – Sindicato das Indústrias do Mobiliário de Bento Gonçalves, e vice-presidente da Afam, hoje Abimóvel – Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário. Em suas atividades filantrópicas e sociais, foi presidente do Conselho do Clube Aliança, presidente do Clube Escoteiros Ciretama e presidente do Rotary Club, todos da cidade de Bento Gonçalves.
O legado da família tem continuidade através das novas gerações à frente das empresas Madesa e Cinex. Para saber mais sobre as atuações de Aldo Cini no setor moveleiro, acesse:
https://www.museualdocini.com.br/, https://www.madesa.com/ e https://cinex.com.br/pt.
Discurso de César Cini, filho do homenageado
Depois de saudar os presentes, César destacou: “Hoje, escrevemos mais um capítulo na história de Aldo Cini, que resulta em um longo livro de muito, muito, trabalho, e também de muitas conquistas. Uma homenagem que nasce do profundo reconhecimento por parte daqueles que tiveram e têm a oportunidade e a satisfação de conviver com o meu pai.
Seja no talento e ousadia para empreender, no legado como pai, como avô e bisavô, no amigo leal ou como um eterno apoiador da comunidade, meu pai é um homem que carrega, ao longo de seus 89 anos, um propósito em cada movimento que abraça. Um cidadão que luta pelas causas que acredita. Um homem que preza pela credibilidade e generosidade. Esse título e essas honrarias são resultado da fé no trabalho e da importância da atividade exercida por ele, tanto em Bento Gonçalves, quanto no contexto nacional.
Um legado se constrói com o apoio daqueles que amamos, e eu tenho certeza que, se estivesse aqui nesse microfone, meu pai daria destaque e agradeceria fortemente a atenção e dedicação da minha mãe, Ordália Navarini Cini, principal incentivadora de toda essa história e com quem é casado há mais de 65 anos. Ela sempre foi essencial em cada passo, em cada escolha, tanto no caminho a seguir, quanto na construção do que ficou para trás, e fielmente a grande parceira de vida dele. O ombro amigo nas mais impressionantes batalhas da vida. O nosso muito obrigado, de coração, a ela, que também é justamente homenageada nesta tarde.
Mas como encarregado de expressar a gratidão por esse momento e os verdadeiros sentimentos em nome da minha família, sinto-me muito honrado em dizer que estou falando não só em nome do grande empresário Aldo Cini, mas também daquele que tenho o privilégio de chamar de pai muito além das fábricas. E nesta ocasião tão especial e significativa, preciso destacar a enorme relevância obtida pela atividade desse homem na história da cidade, dividida nas diferentes etapas de sua vida, sempre cercado de grandes desafios, enfrentados de forma resiliente e de cabeça erguida.
Tudo começou com o sonho de um menino que queria ser maquinista de trem. Na locomotiva da vida, ele embarcou rumo à estação do empreendedorismo e lá escreveu a sua história. Mas a verdade mesmo é que o meu pai sempre sonhou com Bento Gonçalves. Desde criança, viver nessa cidade foi um objetivo, do qual somos felizes em dizer que foi atingido bem cedo. Ele, nascido em Garibaldi, chegou aqui com 12 anos de idade, junto do seu pai, Ciro Cini, pessoa que ele admirava muito e de quem herdou, principalmente, a expertise, a criatividade e a grande capacidade de desenvolver produtos e processos. A tríade de fé, família e trabalho era muito valorizada em casa, o que se intensificou depois da perda de sua mãe, que, infelizmente, se foi muito cedo.
Mais tarde, após a perda do pai, assumiu os negócios da família e expandiu a pequena serralheria, que, anos mais tarde, se transformou na Companhia de Móveis Aldo Cini. No lugar de trabalhar apenas com ferro, passou a introduzir novos materiais e a desenvolver produtos como móveis escolares e residenciais. Foi, inclusive, pioneiro nesta área. Voltou a empreender ao criar a Madesa Móveis, em 1977, com foco na fabricação de móveis residenciais em madeira de pinus, buscando não apenas o mercado nacional, mas também o exterior. O uso de um material ecologicamente correto e a preocupação com a sustentabilidade na década de 80 foi um pensamento muito a frente do seu tempo. Tema tão recorrente nos dias de hoje e que, para nós, era habitual. Durante todo este período, participou de diversas feiras internacionais, inclusive a marcante Brasil Export, de 1973, na cidade de Bruxelas, na Bélgica, onde foi o único representante do setor moveleiro brasileiro a expor seus produtos. A ousadia de se lançar ao desconhecido e buscar a exportação foi mais um passo corajoso e de grande reconhecimento que devemos a ele.
Mas muito além desse tino comercial, e depois de encontrar muitos desafios no caminho desse novo mercado, Aldo Cini buscou trabalhar em prol do fortalecimento e do fomento de oportunidades para o setor moveleiro, ampliando o seu olhar não apenas para a sua marca, mas também unindo forças com outros empresários. Nesse contexto, foi o fundador e o primeiro presidente da Movergs - Associação das Indústrias de Móveis do Rio Grande do Sul. Para isso, saiu em caravana pelo estado a fim de criar laços com outros empreendedores e ganhar relevância no país. Conseguiu. Além disso, foi presidente do Sindimóveis RS - Sindicato das Indústrias do Mobiliário de Bento Gonçalves, onde representou formalmente os interesses das indústrias moveleiras da região. Foi, também, vice-presidente da Afam - Associação Brasileira das Indústrias de Móveis, hoje nomeada Abimóvel, pela defesa, desenvolvimento e fortalecimento dos interesses da indústria no Brasil.
Em paralelo a isso tudo, estendeu suas atividades ao se dedicar à filantropia. Foi presidente do Conselho do Clube Aliança, presidente do Clube Escoteiros Ciretama e presidente do Rotary Club, todos aqui da cidade de Bento Gonçalves, papéis esses que desempenhou ativamente juntamente da minha mãe, Ordália, das quais se orgulha muito e prestou significativos serviços, impulsionando a compreensão e as relações cordiais entre as pessoas do mundo. É impossível, para quem conhece o Aldo, esquecer o broche do Rotary, que usa na lapela do terno desde a sua associação ao clube.
Para finalizar, deixo uma citação muito marcante do meu pai, que inspira a todos nós, que convivemos e aprendemos com ele diariamente, e a quem dedicamos o sucesso de tudo o que a família Cini construiu até aqui:
“Para aprender, basta estar de olhos bem abertos e ter uma boa dose de humor! E uma das coisas mais importantes que compreendi em minha trajetória, é que existem duas palavras que comandam a vida e que movem o mundo: uma chama-se vontade, e a outra necessidade”.
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