Empresas gaúchas tem mais dificuldades para vencer a crise
Uma análise mais detalhada da pesquisa mensal do IBGE sobre a produção física de móveis nos primeiros oito meses do ano deixa visível a maior dificuldade enfrentada pelas moveleiras gaúchas para superar a crise da pandemia quando comparado com as empresas paranaenses.
Vejamos: em janeiro a produção de móveis no país apresentava queda de 1,8%, enquanto a indústria gaúcha registrava queda de 8,9% e a do Paraná, alta de 4%. No mês seguinte, a produção nacional registrou alta de 2,1%, a do Paraná 8% e a gaúcha -11,8%. Sempre na comparação com igual período do ano anterior.
Portanto, as indústrias gaúchas chegaram no período da pandemia com produção em queda, enquanto a paranaense vinha crescendo. O impacto da crise chegou em março com -13,8% na produção nacional. O Paraná recuou 6,5% e o Rio Grande do Sul 28,9% de baixa.
Com a maioria das indústrias fechadas, abril foi o pior mês para a produção que caiu 58,2% no país, contra 56,4% no Paraná e 54,1% no Rio Grande do Sul. A reabertura das fábricas gradualmente em maio reduziu a queda para 37% em nível nacional, 25,1% no Paraná e 37,8% no Rio Grande do Sul.
A disparidade de movimento começa a ficar mais evidente em junho e a recuperação do Paraná com alta de 12,3%, enquanto as empresas gaúchas registraram elevação de apenas 2,1%. Em julho, para uma alta de 22,4% dos paranaenses, os gaúchos aumentaram a produção em 8,9% e agosto repetiu o desempenho anterior, com 5,1% no Rio Grande do Sul ante 27,5% no Paraná.
Com os resultados mensais observados acima, a indústria moveleira paranaense chega ao final de agosto com queda de 1,3% e a gaúcha com -14,8%. A média do país é de -11,1% no período.
A taxa anualizada também é bastante favorável à indústria paranaense que registra queda de 0,7% enquanto a gaúcha tem queda de 8,2%.
Considerando a evolução a partir de maio na taxa anualizada, vemos que o Paraná deve ingressar em terreno positivo de produção em setembro, enquanto o Rio Grande do Sul dificilmente alcançará o mesmo volume de produção de 2019 este ano.
Veja abaixo o quadro completo da pesquisa mensal do IBGE, de janeiro a agosto de 2020:
Comentários