Entidade setorial busca soluções para crise de matérias-primas
Na tarde do dia 23 de março de 2021, terça-feira, a direção da ABIMÓVEL reuniu-se com equipe do Ministério da Economia, sob a coordenação do Secretário Carlos da Costa, e diversas entidades nacionais para um alinhamento técnico em relação a questão do desabastecimento e aumento de preços no fornecimento dos insumos e matérias-primas.
A reunião ainda contou com a presença — de maneira remota — de representantes nacionais da indústria, que colaboraram na apuração de informações e dados de mercado, compartilhando de forma clara e coerente as dificuldades e gargalos pelos quais a indústria vem passando desde o último ano. É um momento difícil, em que a transparência embasada em fatos e números do mercado estão sendo analisados com cuidado e precisão.
De fato, uma das pautas mais delicadas e importantes para a indústria de móveis e colchões nos últimos meses tem sido, indiscutivelmente, a crise no abastecimento de matérias-primas e insumos produtivos variados, monitorada de perto pela ABIMÓVEL desde o acirramento da pandemia no Brasil.
Entendendo a situação
A interrupção do comércio físico e da produção industrial, seguida por uma explosão surpreendente do consumo de móveis e colchões durante o ano passado, pegou as empresas com baixos estoques. Levando, então, a um colapso na cadeia de suprimento, que não conseguiu dar conta da demanda urgente e crescente que se estabelecia. Deixando, assim, a indústria sem material para trabalhar e gerando longas filas de espera no varejo.
Com uma expectativa geral de que a situação se estabilizasse no primeiro trimestre de 2021, infelizmente o setor ainda não observa sinais de melhora. O problema continua, entre outras questões, em virtude da disrupção dos processos produtivos, do desequilíbrio cambial e da alta muito significativa no valor do frete internacional em decorrência da pandemia que continua exigindo medidas restritivas e abalando economias ao redor do mundo.
Aumento nos preços chega a mais de 170%
Entre as indústrias de móveis e colchões, os problemas mais significativos estão no fornecimento de painéis de madeira, como MDF, bem como de aço, ferragens e espumas, essenciais para a produção. Dessa forma, muitas empresas já reduziram o ritmo de atividade por falta de matéria-prima. E quem consegue produzir não pode distribuir o produto por falta de embalagens de papelão, plástico e vidros. A escassez, somada ao câmbio desvalorizado, portanto, resulta em alta de preços, que chegam a ultrapassar 170% em alguns segmentos.
Todo esse descompasso, não só reprime como também onera a produção. Com os reajustes imediatos na porta da fábrica esmagando as margens das indústrias, que não conseguem repassar o valor para o varejo. Pois, de que maneira repassar esses reajustes enquanto os fabricantes ainda correm contra o tempo para atender aos pedidos represados do ano passado? Mais do que nunca, precisamos pensar e agir como uma cadeia!
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