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Exportações de móveis recuam pelo segundo ano consecutivo

Revisado Natalia Concentino - 09 de Janeiro 2024
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Imagem: Freepik

Pelo segundo ano consecutivo, as exportações brasileiras de móveis apresentaram resultados consolidados negativos. Em 2023, o total enviado ao exterior foi de US$ 887,2 milhões, 7,78% inferior em relação a 2022. O desempenho é parecido com o exercício anterior, quando somou US$ 962,1 milhões e registrou retração de 7,66% relativamente a 2021. 

 

No acumulado dos dois últimos anos o setor deixou de vender no comércio exterior US$ 233 milhões quando comparado ao pico de 2020, ano em que embarcou impressionantes US$ 1,041 bilhão.

 

As importações em 2023 chegaram a US$ 712,2 milhões, representando um crescimento de 3,6% em relação ao ano anterior. Essa performance resultou em um superávit de US$ 175,0 milhões na balança comercial de 2023, o terceiro melhor em uma década, atrás apenas de 2021 (US$ 275 milhões) e 2022 (US$ 274,8 milhões). 

 

A China concentrou 43,2% de todas as compras feitas no exterior – 6 pontos percentuais superior à média histórica em uma década – com US$ 308,2 milhões, uma alta de 14% em relação ao ano passado.

 

O fator americano

 

Historicamente, com uma participação mediana de 35% sobre de todas as vendas ao exterior, os Estados Unidos encolheram as compras reduzindo sua presença para 26,3% no ano passado. O volume total embarcado foi de US$ 259,3 milhões ante US$ 351,8 milhões de 2022. 

 

Em números absolutos, foram US$ 92,5 milhões de negócios a menos, resultado que impactou vários polos moveleiros do Brasil. 

 

A Argentina, ao contrário, surpreendeu com incríveis US$ 98,9 milhões, alta de 29,3% sobre 2022. Trata-se de um volume recorde na década encerrada ano passado, muito provavelmente devido a um movimento de antecipação de compras diante das mudanças econômicas e estruturais sob o comando de Javier Milei.

 

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O polo de Santa Catarina sentiu os efeitos da contração das compras costumeiramente efetuadas pelos Estados Unidos. O polo exportou US$ 261,2 milhões, 25,1% a menos em relação ao ano de 2022, basicamente “puxado” pelo mercado americano que adquiriu apenas US$ 123,3 milhões, volume 38,8% menor em relação ao do ano imediatamente anterior. 

 

Fábricas localizadas no polo de São Bento do Sul, por exemplo, venderam US$ 90,3 milhões em 2023, queda de 31,6% em relação aos US$ 132,0 milhões do ano anterior. Caçador e Campo Alegre seguiram o mesmo caminho: exportaram US$ 35,7 milhões e US$ 25,7 milhões, retração de 33,9% e 33,6%, nessa ordem.

 

Habitual ocupante do segundo posto nas exportações brasileiras, o Rio Grande do Sul, embarcou US$ 251,2 milhões ano passado, representando uma queda de 2,6% sobre 2022, contando com os desempenhos positivos de Bom Princípio (+77%), Bento Gonçalves (+2,0%), Tupandi (+2,0%) e Flores da Cunha (4%) e alguns tropeços, como Caxias do Sul (-10,8%), Lagoa Vermelha (-10,2%) e Antonio Prado (-12,2%). Os gaúchos também sentiram a retração do mercado norte-americano, com queda de 14% em relação a 2022.

 

O estado de São Paulo, por sua vez, firmou-se como a terceira força exportadora de móveis em 2023. Vendeu US$ 169 milhões, um crescimento de quase 10% sobre 2022, estabelecendo um recorde de negócios realizados em uma década. Mérito para os polos como de Gavião Peixoto, Iperó, São Bernardo do Campo e Itatiba, entre outros. 

 

O Paraná exportou US$ 156,1 milhões, por conta do dinamismo de núcleos como os de Arapongas que, sozinho, respondeu por quase 34% de todas as vendas do estado, somando US$ 52,8 milhões, alta de 5,4% sobre 2022. Destaque para Quatro Barras, que vendeu US$ 29,6 milhões, 35% acima do ano anterior.

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