Fábrica investe em móveis que mudam de cor
Já pensou se os móveis que você tem em casa pudessem, como passe de mágica, mudar de cor ao longo do dia? Com os acabamentos certos e a ajuda da iluminação, isso já é possível. Inclusive, tem gente apostando alto em móveis como esses. A Jetclass, uma empresa de mobiliário na cidade de Valongo, em Portugal, está investindo 12 milhões de euros em suas instalações e lançar uma gama de mobiliário tecnológicos, que combina segurança, robótica e domótica. Se as previsões do presidente da empresa se cumprirem, até 2021 o faturamento anual da Jetclass salta de 6,3 para 14,6 milhões de euros.
Investir um valor que corresponde praticamente ao dobro do faturamento é algo muito arriscado, mas o presidente da empresa, Agostinho Moreira, afirma que assumir riscos é necessário para o avanço dos negócios. “A China e a Turquia, que competem muito pelo preço, vão juntar o design e qualidade à sua oferta na próxima década. Se queremos vencer, temos de estar um passo à frente", justifica Moreira.
Recentemente, a empresa lançou a primeira parte do seu projeto de expansão industrial, apoiado em um financiamento de 7 milhões de euros da União Europeia. Quando tudo estiver pronto, ainda antes do final do ano, o grupo terá aumentado a área industrial de 7 para 12 mil metros quadrados, reforçando sua oferta com novos produtos como os móveis tecnológicos com características de segurança e controlo de acessos, móveis com revestimento de folhas de madeiras nobres, melamina, iluminação e estofos com domótica.
Especializada em mobiliário neoclássico, clássico, contemporâneo e moderno, que pode ter acabamentos em folha de ouro ou prata, segundo o presidente da empresa, a Jetclass terá também "a maior unidade fabril de móveis neoclássicos e tecnológicos da Penísula Ibérica”.
Isso significa, por exemplo, que a empresa vai oferecer móveis que podem mudar de cor em função dos acabamentos e dos efeitos de luz, além de soluções em que é possível garantir acesso exclusivo a portas e gavetas sem fechaduras ou puxadores, apenas com um toque e, essas mesmas peças contarão com relatórios detalhados sobre a sua utilização. Depois, o apoio tecnológico e de software aos clientes em todo o mundo será dado a partir de Valongo.
Com as exportações respondendo por 97% das vendas, em mais de 30 países, a empresa trabalha projetos de hotelaria e residenciais, do Congo ao Dubai, somando na sua lista de clientes nomes como Cristiano Ronaldo ou David Beckham, o ex-presidente de Angola, José Eduardo dos Santos e príncipes árabes. A marca própria vale 20%, mas o grosso da faturação está em projetos sob medida para clientes e parceiros internacionais em setores como arquitetura e decoração.
Com a ampliação da fábrica, o número de funcionários aumenta de 50 para 90. A modernização dos equipamentos, com soluções automatizada, permitirá aumentar a rapidez e eficácia na resposta a encomendas e será concretizada uma parceria com o Instituto de Ciência e Inovação em Engenharia Mecânica e Engenharia Industrial (INEGI) para desenvolver as áreas de automação e controle de tecnologias avançadas, além de sistemas mecatrônicos complexos.
O projeto de abertura de uma rede de lojas próprias, no entanto, ficou para trás, porque ia avançar com um parceiro da Venezuela que desistiu, revala Moreira.
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