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Falta de matéria-prima ainda é o maior problema das indústrias

Por Natalia Concentino - 27 de Julho 2021

A falta ou o alto custo das matérias-primas é o problema mais citado pelos empresários entre os três principais enfrentados no segundo trimestre de 2021, segundo a pesquisa de junho da CNI. Este é o quarto trimestre consecutivo em que esse problema é o mais citado pelos empresários industriais. O percentual de empresários industriais que citaram esse problema entre os três principais caiu de 67,2%, no primeiro trimestre, para 63,8%. Esta foi a primeira queda no percentual de citações desse problema desde o terceiro trimestre de 2019. A elevada carga tributária é o segundo fator mais citado entre os três principais problemas, tendo sido mencionada por 34,9% dos empresários industriais, crescimento de 1,5 ponto percentual em relação ao primeiro trimestre de 2021. A taxa de câmbio aparece em seguida, mencionada por 23,2% dos empresários entre os principais problemas. Apesar de ainda aparecer em terceiro lugar, esse problema teve queda significativa das menções em relação ao primeiro trimestre, quando alcançou 31,0%. A falta ou o alto custo com energia, em sentido contrário, ganhou citações em relação ao primeiro trimestre: passou de 11,3% para 18,2%. Esse é o maior percentual de empresários que citaram esse problema entre os três principais desde o primeiro trimestre de 2016.

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UCI mostra indústria aquecida

A Utilização da Capacidade Instalada (UCI) alcançou 71% em junho, com crescimento de 1 ponto percentual em relação ao registrado em maio. Este é o percentual mais alto para o mês de junho desde 2013, ano anterior à crise econômica de 2014-2016. Isso indica que a indústria, apesar da queda observada no início do ano, se encontra aquecida. O indicador de utilização média da capacidade instalada efetiva em relação ao usual aumentou 0,6 ponto em relação a maio e se encontra 10,1 pontos acima do verificado em junho de 2020. Apesar de se encontrar abaixo da linha de 50 pontos, o indicador de 47 pontos é alto considerando a média histórica do indicador, que é de 42,4 pontos. Além do Os estoques se reduziram em junho e ficaram abaixo do planejado pelas empresas. O indicador de evolução do nível de estoques registrou 49,0 pontos em junho, ficando abaixo da linha de 50 pontos que indica queda dos estoques. Já o indicador de estoque efetivo em relação ao planejado registrou 48,7 pontos, o que significa que os estoques ficaram abaixo do planejado pelas empresas. Ambos os indicadores apresentaram queda, de modo que a retração nos estoques em junho foi superior às verificadas em abril e maio, e que o nível de estoque efetivo voltou a se afastar do planejado. UCI mostra indústria aquecida Nível de estoques se reduz em junho Índice de Evolução do nível de estoques e índice de estoque efetivo em relação ao planejado Índices de difusão* *O índice de evolução do nível de estoques varia de 0 a 100. Valores acima de 50 pontos indicam crescimento do nível de estoques na comparação com o mês anterior. Valores abaixo de 50, queda do nível de estoques. O índice de nível de estoque efetivo em relação ao planejado varia de 0 a 100. Valores acima de 50 indicam que o estoque efetivo está acima do planejado. Valores abaixo de 50, que o estoque efetivo está abaixo do planejado Nível de estoques Efetivo-planejado Linha divisória Aumento/ Acima do planejado Queda/ Abaixo do planejado Acima do 71% 45 50 55 60 65 70 75 jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez Utilização média da capacidade instalada Percentual (%) Média 2011-19 2020 2021 segundo semestre de 2020, que mostrou grande aquecimento com a recuperação da crise de covid-19, o indicador só alcançou 47 pontos entre 2010 e 2011, anos de economia aquecida.

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Expectativas são mais otimistas

As expectativas dos empresários industriais, que já vinham positivas, continuam melhorando. Os quatro índices de expectativas se encontram acima da linha divisória de 50 pontos, indicando otimismo, e apresentam crescimento mês a mês desde a queda observada em março de 2021, o que consolida a trajetória de recuperação. O índice de expectativa de demanda cresceu 1,1 ponto em relação a junho, alcançando 61 pontos. Esse é o maior valor para o mês de julho desde 2011. O índice de expectativa de exportação passou de 54,9 pontos para 55,4 pontos entre junho e julho, crescimento de 0,5 ponto. Como as expectativas de demanda e de exportações são positivas e vêm melhorando, as empresas também esperam aumentar suas compras de matérias-primas e seu número de trabalhadores. O índice de expectativa de compras de matérias-primas registrou 58,3 pontos, enquanto o índice de expectativa do número de empregados registrou 54,1 pontos.

Veja abaixo quadro completo da pesquisa da CNI por setor:

 

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