Faturamento cai mais de 3% no 1º trimestre em Bento Gonçalves
O polo moveleiro de Bento Gonçalves (RS) apresentou uma queda de 3,3% no primeiro trimestre de 2020, se comparado com os números do ano passado. Ao todo, o polo faturou R$ 384 milhões, sendo bastante afetado pelos resultados do mês de março, quando a pandemia fez com que muitas empresas parassem suas atividades. A perda de faturamento no estado como um todo não foi tão expressiva como no polo moveleiro, tendo sido a queda de -1,38% no primeiro trimestre.
O ano se iniciou com uma boa expectativa para o setor, já que janeiro e fevereiro apresentavam desempenho positivo quando foram avaliados. Porém foram especialmente os números de março que contribuíram para essa queda, conforme os dados da Secretaria da Fazenda do RS apurados pela Inteligência Comercial do Sindmóveis Bento Gonçalves.
O mês de março iniciou uma série negativa que deve perdurar nos próximos meses. No próximo mês, quando tivermos abril fechado o desempenho anual será ainda pior. Provavelmente será um dos piores senão o pior mês da indústria. Já existem estimativas de consultorias e institutos econômicos de queda de mais de 5% no PIB do Brasil em 2020, e de 16% na produção de bens duráveis. “O setor moveleiro deve ser um dos mais impactados, com um cenário de perdas reais entre 10% a 20%. Algumas indústrias podem chegar a uma queda de 80% na produção”, pontua o presidente do Sindmóveis, Vinicius Benini.
Além do faturamento como um todo, as exportações também despencaram no primeiro trimestre de 2020. No polo moveleiro de Bento Gonçalves, a queda nas operações para o mercado externo foi de 7,1% frente ao mesmo trimestre de 2019. A pior queda ocorreu nas exportações para os Estados Unidos. A redução foi de 37,5% nas negociações do polo moveleiro com esse mercado, quando comparado o primeiro trimestre de 2019 e o primeiro trimestre de 2020.
Os efeitos da Covid-19 também serão sentidos nas vagas de emprego do setor moveleiro. No polo de Bento Gonçalves, as indústrias vinham evitando demitir, optando por diversas alternativas que possibilitem frear o desemprego nos primeiros meses da crise. “Infelizmente, agora temos demissões e posteriormente se espera um ajuste na força de trabalho em linha com as expectativas de queda de produção. A normalidade deve retornar a partir do segundo semestre, com recuperação da atividade econômica a partir do 3º e 4º trimestre deste ano e recuperação de empregos apenas em 2021”, explica Benini.
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