Fôlego nas vendas após impeachment
Segundo especialistas em varejo, o impeachment da presidente Dilma Rousseff será capaz de trazer fôlego para o comércio apenas com reformas econômicas do novo governo. Eduardo França, coordenador do MBA de Estratégias em Ciências do Consumo da ESPM, explica que a mudança da composição que Michel Temer fará na equipe econômica, caso ele assuma a presidência, é que vai sinalizar se o mercado vai poder acreditar novamente no compromisso do governo em cumprir os contratos, pagar as dívidas e fazer o ajuste fiscal. Em relação ao desempenho do comércio, ele é enfático: “o consumo está diretamente proporcional à disponibilidade de crédito (a baixo custo). A partir do momento em que ele não existe, o consumidor continuará retraído, cauteloso em relação a endividamento”.
Haroldo Monteiro, coordenador da pós-graduação em Gestão Estratégica no Varejo no Ibmec-RJ, não acredita que vai haver um "boom" para o varejo, mas que o Natal deve ser melhor do que o do ano passado. “A troca (de poder) pode permitir uma "respirada" para a economia e uma troca de expectativas. Apenas pela expectativa (de melhorias), os consumidores passam a comprar mais, o que gera um círculo virtuoso. Isso já melhora o consumo”, avalia o professor de finanças.
Para Eduardo Terra, presidente da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo, o impeachment vai trazer um "sopro de otimismo" para consumidor e empresários, mas ressalta: “Se esse processo for seguido de algumas reformas importantes pode virar uma retomada da economia, mas algumas atitudes podem ser impopulares, embora importantes. No entanto, se o impeachment não for seguido de reformas, será só um sopro mesmo. É o que chamamos de “voo de galinha”: há muito barulho e alcance baixo. Melhora um pouco no curto prazo, mas volta a cair. Um possível novo presidente precisaria mostrar mais confiança para fazer essas mudanças. Em um ano, poderia haver retomada”.
Aldo Gonçalves, presidente do Clube de Diretores Lojistas do Rio de Janeiro (CDLRio), diz que o consumidor sumiu das lojas devido ao crescente desemprego, à inflação alta e à falta de crédito. Por isso, com a mudança do cenário econômico, ele espera que a economia comece a andar. “É o ambiente econômico influenciando o comportamento de compra do consumidor e vice-versa”, aponta.
Com informações do Extra Globo
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