Fornecedores com alta tecnologia impulsionam os colchões
É difícil pensar em colchões customizados se a indústria não fizer uma análise e conhecer a fundo o que seus fornecedores estão fazendo. Acompanhar lançamentos apresentados em eventos e feiras internacionais é uma ótima oportunidade de conhecer as tendências mundiais e aquilo que chegará até o seu mercado, especificamente. Em maio deste ano aconteceu a Interzum, em Colônia na Alemanha, a maior e mais tradicional feira de fornecedores do mundo, onde empresas como Leggett&Platt, Starsprings e BekaertDeslee (todas operando no Brasil) apresentaram novidades direcionadas ao mercado.
Mas será que todas as novidades apresentadas na feira alemã chegarão ao mercado brasileiro? E, se isso acontece, quanto tempo demorarão a chegar? Lars Muller, vice-presidente e general manager da BeakertDeslee, responde garantindo que em relação aos revestimentos da marca, cerca de 95% de tudo que é lançado pela matriz europeia é colocado rapidamente à disposição do mercado brasileiro. Porém, o dado surpreendente revelado por ele é que apenas 15% dessas inovações chegam ao usuário final. “Parte não é absorvida pela indústria, mais uma parte ainda maior é barrada no varejo”, lamenta, acrescentando que na Europa e EUA a absorção das novidades da marca chega a 35%. A justificava, segundo ele, pode estar no modelo de comercialização adotado pelo mercado brasileiro.
Mas, voltando a customização dos colchões, a expectativa da Starsprings – com matriz na Suécia e unidade no Brasil – é de que em cinco anos os colchões personalizados caiam de vez nas graças do consumidor, sendo possível fazer todos os ajustes conforme seu gosto e necessidades. Bernardino de Sena, diretor executivo da filial brasileira, comenta que já foram feitas algumas pesquisas que traduzem essa disposição. “Pesquisas com consumidores de vários países mostram a insatisfação em relação ao ajuste do conforto nos colchões, além de casais que têm de se adaptar um ao outro e acabam optando por um colchão que fica no meio termo, sem agradar e corresponder às necessidades dos dois”, explica.
Aliás, se pensarmos bem, Sena levanta uma questão importante em relação aos casais, isto é, como duas pessoas podem ter o colchão perfeito se cada uma tem um biotipo, gostos e necessidades ligadas à saúde e conforto diferentes? Para oferecer uma solução e resolver esta questão, a Starsprings desenvolveu o sistema S-Shift, que já está em sua segunda geração, que permite a cada pessoa fazer o ajuste do lado em que se deita no colchão. Nos referimos aqui em termos de conforto que pode ser definido eletronicamente. Porém, Sena destaca que uma das barreiras à implementação desse tipo de tecnologia é o custo, que muitas vezes não agrada os lojistas e o consumidor acaba por não ter acesso. “A indústria busca maneiras de inovar e vai atrás desse tipo de tecnologia que estamos desenvolvendo, mas o lojista, às vezes, acredita que um colchão com um preço mais elevado será um problema para vender e acaba não ‘aceitando’ essas novidades. Para isso, precisa se criar uma conscientização sobre os benefícios e levar mais informações ao consumidor para que ele decida o que comprar, assim como aos vendedores, pois eles ainda têm uma influência muito grande na hora da venda”, argumenta de Sena.
Apesar de ser um processo um pouco mais lento no Brasil, devido à cultura e ao tíquete médio que a população costuma investir nesse tipo de compra, a tecnologia S-Shift já está disponível e a segunda geração chegará em breve. Além disso, a Starsprings está disponibilizando uma versão manual (S-Shift Light), para quem quer fazer uma certa economia e ter os mesmos benefícios oferecidos pela versão eletrônica na hora de ajustar seu colchão.
Em relação aos tecidos, as objeções em relação a preços não são diferentes, segundo Lars Muller, da BekaertDeslee. “Especialmente em momentos de vendas fracas, o mercado tende a percorrer o caminho da redução de preço nos componentes. Estamos vivendo isso agora. Mas o mercado já percebeu que os produtos, mesmo com preços mais baixos, não estão caindo no gosto do consumidor”, afirma Lars, destacando que um movimento inverso já teve início, o que é um sinal positivo. “Estamos recebendo demandas por tecidos com mais tecnologia e em breve o mercado de colchões deve ter lançamentos com tíquete médio mais alto”, acredita ele. A análise do diretor da BekaertDeslee explica, em parte, a queda nos preços dos colchões nos últimos 12 meses.
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