Governo encerra processo antidumping sobre fios de poliéster
O Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) anunciou a extinção definitiva do processo antidumping sobre fios texturizados 100% poliéster, marcando um ponto de inflexão para a indústria têxtil brasileira. Esta decisão, que encerra anos de debates e disputas legais, sinaliza uma abordagem renovada do governo em relação às práticas comerciais internacionais e ao apoio à indústria nacional.
A investigação inicial, solicitada pela UNIFI e peticionada pela ABRAFAS, levantou preocupações sobre competição desleal e potenciais danos à produção nacional. No entanto, uma coalizão inédita entre diversos setores da cadeia têxtil demonstrou a complexidade do impacto das medidas antidumping na economia brasileira.
A mobilização de entidades como SINTEX, SINDITEC, SINDIVEST, SINDIVESTIL, ABRATEX, ABICOL, ACIBr, FIEMS, FIESC e SIFITEC foi crucial para alertar o governo sobre os riscos à manutenção de milhares de postos de trabalho em todo o país. A suspensão temporária da medida antidumping, conquistada por essa coalizão, evidenciou a capacidade do setor têxtil de se unir em defesa de interesses coletivos.
O PARECER SEI Nº 2.671/2024/MDIC, que fundamenta a extinção da medida, reflete uma avaliação minuciosa do impacto econômico sobre toda a cadeia têxtil e o mercado de trabalho. A decisão privilegia a proteção contra o monopólio no mercado de poliéster texturizado, salvaguardando a diversidade e a competitividade do setor.
Pequenas e médias empresas, muitas delas negócios familiares, serão particularmente beneficiadas, dada sua dependência dessa matéria-prima para operação e sobrevivência. A reação positiva do mercado à notícia sinaliza expectativas de um novo ciclo de estabilidade e crescimento para o setor.
Esta medida governamental exemplifica como políticas públicas bem calibradas podem influenciar positivamente o desenvolvimento industrial e econômico.
Ademais, ressalta a importância do diálogo e da colaboração entre governo, indústria e trabalhadores na busca por soluções equilibradas que atendam às necessidades de todos os envolvidos e impactados. O encerramento do processo antidumping representa, portanto, um marco significativo para o fortalecimento e a sustentabilidade da indústria têxtil brasileira. Abre-se agora um novo capítulo, no qual se espera que a inovação, a produtividade e a competitividade sejam os principais motores do crescimento do setor, contribuindo para a geração de empregos e o desenvolvimento econômico do país, além do fortalecimento e a sustentabilidade da indústria têxtil brasileira no cenário global.
(https://www.jornaldenovaodessa.com.br)
Abicol comemora
“Desde a suspensão temporária da medida antidumping, obtida por meio da coalizão formada por ABICOL, ABRATEX, ACIBr, FIEMS, FIESC, SIFITEC, SINDITEC, SINDIVEST, SINDIVESTIL e SINTEX, ficou evidente a força e a capacidade de mobilização das entidades setoriais na defesa de interesses coletivos”, destaca a diretora executiva da Abicol, Adriana Pierini.
A medida, obviamente, agrada fabricantes de tecidos sintéticos que importam o produto e que argumentaram ao longo do processo de investigação do dumping que a taxação poderia levar a um aumento dos custos de roupas, colchões e demais produtos que usam tecidos sintéticos.
Adriana estima que esta decisão definitiva encerra uma preocupação do setor, já que o impacto no preço final para o consumidor poderia ser da ordem de 20%.
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