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Grandes varejistas estão fechando lojas

Por Edson Rodrigues - 24 de Outubro 2013
Grandes varejistas vêm anunciando o fechamento de lojas. Oferecem os pontos para a venda ou devolvem ao locador - num movimento que não se via no setor há alguns anos. Com base nos anúncios recentes das empresas, a maioria de capital aberto, calcula-se que 168 lojas serão fechadas até o fim do ano e parte delas já parou de operar. Desempenho do ponto de venda abaixo do esperado e sobreposição de lojas, reflexo muitas vezes de um aumento exagerado da base de lojas, justificam a decisão de algumas empresas.

Para efeito de comparação, as 168 unidades equivalem, por exemplo, ao tamanho da rede de supermercados Pão de Açúcar e representa quase o mesmo número de unidades da Riachuelo. Numa análise por rede, no entanto, na maioria dos casos avaliados o total de fechamentos não chega a 5% do volume de pontos das empresas.

Lojas das bandeiras Casas Bahia, Ponto Frio, Baú da Felicidade fazem parte desse conjunto de empresas. No caso de Ponto Frio e da Casas Bahia, não é informado o prazo para o fechamento das unidades.

Analistas entendem que, num ano de vendas mais difíceis para o comércio, e com perspectivas ainda não muito claras para 2014, as empresas fizeram ajustes internos e reduziram despesas operacionais ao longo de 2013. Nesse cenário, investidores tornam-se mais rigorosos em suas análises sobre o varejo e diminui a tolerância com maus resultados.

No caso de companhias que compraram operações ou se fundiram nos últimos anos, a medida ajuda a "limpar" a base de lojas, pois são fechadas unidades que não reagiram após a consolidação dos negócios. O Magazine Luiza, que comprou o Baú da Felicidade em 2011, fechou 14 pontos neste ano, 13 deles do Baú, porque não se enquadravam no padrão de lojas do magazine (eram alugados). O Valor apurou que a metade desses pontos, em São Paulo e no Paraná, ainda não tem novos locatários. De janeiro a junho, a companhia abriu 5 pontos.

Não é uma medida que deve levar ao encolhimento das empresas. Todas as redes citadas vão abrir mais lojas do que fechar neste ano. "Na verdade, trata-se de ocupar melhor os espaços. Se uma determinada região tem potencial maior, e a rede atua em muitas áreas mais estagnadas, é preciso mudar o foco", disse Marcos Hirai, sócio-diretor da BG&H Real Estate, unidade da GS&MD. "O fato é que, com a farra do varejo nos últimos anos, reflexo do aumento no consumo, a euforia das aberturas foi grande. Mas com o passar do tempo, essa conta chega".

O maior volume de lojas que podem ser fechadas pertence à Via varejo. A companhia terá que parar de operar 74 lojas de Casas Bahia e Ponto Frio, em 54 cidades, por determinação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), como informou ao mercado em abril. A princípio, é uma medida para gerar maior competição nesses municípios. Mas não há informações do desempenho dessas lojas ou o local onde estão instaladas. Parte das unidades devolvidas é alugada.

Analistas entendem que é bem provável que boa parte das 168 lojas que devem parar de operar (algumas já fecharam) tenha resultados pouco expressivos, já que não atingiu metas, o que acaba afastando o interesse no ponto. "Quem deve se interessar são varejistas regionais, de médio ou pequeno porte, que compram ou alugam por um preço bem negociado", disse Araújo. 

Fonte: Jornal Valor

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