IBGE: Indústria não interrompe recuperação
A despeito da queda de 2,4% na produção industrial em janeiro ante dezembro, a produção industrial brasileira mantém a tendência de melhora de ritmo. Segundo André Macedo, gerente da Coordenação de Indústria do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a recuperação da atividade continua de forma lenta e gradual.
A indústria operava em janeiro 15,8% abaixo do pico de produção registrado em junho de 2013, segundo os resultados da Pesquisa Industrial Mensal - Produção Física divulgados pelo IBGE.
"Em linhas gerais, a despeito de uma perda de ritmo em relação ao patamar de dezembro, a indústria não interrompe seu movimento de recuperação gradual que a gente tem visto já há algum tempo. O patamar de produção de janeiro de 2018 é o segundo mais elevado desde setembro de 2015. O mais elevado é o de dezembro, do mês anterior. Ou seja, mesmo com essa perda, ainda estamos num patamar mais elevado do que em meados de 2017, quando a indústria tinha uma série de resultados positivos", apontou André Macedo.
Segundo Macedo, a magnitude da retração na produção em janeiro ante dezembro não pode ser dissociada da magnitude de alta de 3,1% registrada no mês anterior e da sequência de resultados positivos que a indústria vinha mostrando ao longo de 2017.
"Sugere apenas uma acomodação, em função dessa antecipação de produção. Mas nada que leve ao entendimento de uma reversão da trajetória de recuperação, mesmo que ainda em velocidade gradual. Claro que a velocidade de recuperação em relação às perdas do passado possivelmente não seja ideal, mas é o que temos no momento", apontou o gerente do IBGE.
CNI: Indicadores também mostram recuperação
A pesquisa Indicadores Industriais de janeiro de 2018 mostra continuidade da recuperação da atividade industrial. As horas trabalhadas na produção cresceram pelo terceiro mês consecutivo, acumulando expansão de 1,9% no período. A utilização média da capacidade instalada voltou a crescer e atingiu 78,1%, o maior percentual desde julho de 2015.
O faturamento real, embora praticamente estável no mês (recuo de 0,1%), registrou crescimento de 7,7% na comparação com janeiro de 2017, refletindo a recuperação observada já no ano passado.
No mercado de trabalho, o rendimento médio real dos trabalhadores da indústria e a massa salarial voltaram a crescer, após dois meses consecutivos de contração. Ressalta-se, contudo, a queda de 0,5% do empego em janeiro – mesmo após o ajuste sazonal. É o recuo mensal mais intenso desde setembro de 2016.
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