Ikea deixa de distribuir seu catálogo depois de 70 anos
Depois de sete décadas distribuindo o catálogo impresso e, mais recentemente, o digital, a Ikea decidiu que ele sairá de circulação. A justificativa é que cada vez menos pessoas o liam, enquanto em seu auge, a publicação teria uma circulação maior que a da Bíblia.
“Tem sido um dos nossos produtos mais conhecidos e amados durante 70 anos, inspirando milhões de pessoas em todo o mundo”, disse em comunicado Konrad Grüss, um dos gerentes da gigante sueca de mobiliário.
Tendo em conta que cada vez menos pessoas o liam, foi tomada a decisão de “terminar respeitosamente a carreira de sucesso do catálogo Ikea”, explicou.
O primeiro catálogo, que apareceu em 1950 e era escrito apenas em sueco, tinha 16 páginas que mostravam todos os produtos da empresa, acompanhados por desenhos simples impressos em preto e branco, relata o britânico The Guardian.
Um ano depois, era lançado um catálogo que já contava 68 páginas escolhidas a dedo pelo fundador da empresa, Ingvar Kamprad.
Dessa edição, foram distribuídas cerca de 285 mil cópias só no sul da Suécia e o catálogo rapidamente ganhou fama junto dos amantes de móveis flat-pack, tornando-se uma peça de colecionador.
No seu pico, em 2016, foram distribuídas 200 milhões de cópias em mais de 50 países, traduzidas em 32 idiomas, que inspiraram milhões de pessoas em todo o mundo com imagens de interiores bem projetados e com preços acessíveis.
A decisão de pôr fim à sua distribuição faz, no entanto, parte de uma reformulação da empresa a longo prazo, que enfrenta um aumento de concorrência, com um número crescente de startups do segmento a incomodando.
E, apesar de a revista ter uma versão online desde 1998, esta será igualmente descontinuada, disse Grüss. Para o outono de 2021, a Ikea planeja fazer uma homenagem ao seu catálogo, na forma de um livro com dicas e ideias inspiradoras para design de interiores DIY (do it yourself).
“Tanto para os clientes como para os trabalhadores, o catálogo Ikea é uma publicação que traz muitas emoções, memórias e alegria”, acrescentou Grüss, explicando que, embora o término do catálogo já estivesse sendo planejado há quatro anos, a decisão final foi tomada apenas nos últimos meses.
Desde 2016, que o interesse pela publicação diminuiu e desde 2001 que os consumidores podem acessar o site para verem os produtos e o design das diferentes divisões.
Além disso, o tráfego online aumentou com a pandemia. “A situação em constante evolução da covid-19 apresentou desafios para os nossos clientes irem às nossas lojas, mas também criou muitas oportunidades e acelerou o nosso negócio de e-commerce”, disse Tina Petersson-Lind, diretora de comunicação da Ikea, citada pelo Fast Company.
“A vida em casa é mais importante do que nunca para as pessoas”, acrescentou, explicando que o conteúdo vai continuar a existir, mas não dentro do catálogo, frequentemente comparado com a Bíblia, os livros do Alcorão e Harry Potter em termos de número total de cópias impressas.
(Com informações do Zap.aieou de Portugal)
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