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Ikea quer incentivar a igualdade de gênero

Por Jeniffer Oliveira - 31 de Janeiro 2019

A Ikea já provou que é fácil montar móveis, agora quer mostrar que a igualdade de gênero também não é difícil de ser alcançada pelas empresas. Para ensinar que qualquer um consegue fazer peças ganharem forma, a empresa desenvolveu produtos que precisam apenas de ferramentas básicas e instruções simples para serem montados. Quanto à questão de gênero, a Ikea quer inspirar o mercado e, consequentemente, a sociedade a construir uma “estratégia de respeito pelos direitos humanos”.

 

A gerente de varejo da empresa em Portugal – onde 46% das funções de liderança da Ikea já são ocupadas por mulheres –, Helen Duphorn, esteve no Second Home, espaço de coworking em Lisboa, para falar sobre Gender Equity (Igualdade de Gênero) a uma plateia dominada por mulheres.

 

O início das considerações de Helen abordou o porquê, em pleno 2019, a igualdade de gênero ainda é um tema em discussão. “Porque o mundo não é justo e, na sociedade em geral, a igualdade não é um fato. Acho que, em empresas como a Ikea, temos um bom equilíbrio entre homens e mulheres nos cargos de liderança, mas apenas em certas áreas. Estamos tentando elevar o nosso nível de igualdade e também assegurar que temos mais mulheres em áreas como a indústria ou na logística”.

 

Uma das principais mensagens internas da marca é que “a igualdade funciona melhor”, seja de gênero ou de origem, mas para a gerente de varejo da Ikea esse tema ainda está longe de ser resolvido. “Se em muitos países está melhor, em outros há retrocessos. Não sei se, por exemplo, nos últimos 10 anos, a Europa deu grandes passos nesta área de uma forma geral. É por isso que todos nós que consideramos o tema importante temos que o levar para a frente”, justifica sua opinão.

 

Assim como em outras áreas, a estratégia da marca na questão da igualdade de gênero é “leading the way” (mostrando o caminho), baseada na ideia de “leading by example” (conduzindo pelo exemplo), mas Helen não acredita que essa questão deva ser usada como ferramenta de marketing ou de comunicação. “É mais interessante termos momentos como o de hoje, com partilha de ideias”, acrescenta, considerando que boas empresas inspiram umas às outras, fazendo ligações e criando elos que podem até mesmo chegar a governos. “Acho que o futuro depende muito deste trabalho em conjunto, das parcerias, e isso faz parte da nossa cultura”, enfatiza.

 

Helen ainda afirma que está provado o quanto é vantajoso ter um equilíbrio de gêneros dentro das empresas. “O relatório da Mckinsey, “Women Matter”, mostra que, ao longo dos anos, com base num estudo feito com várias empresas, homens e mulheres contribuem com coisas diferentes. E que empresas com homens e mulheres na equipe têm mais lucro. Portanto, acho que não é uma teoria: quanto mais diversos formos nos processos de decisão, melhores resultados teremos”, exemplifica.

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