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Ikea vai pagar U$ 46 milhões à família que perdeu criança

Por Natalia Concentino - 07 de Janeiro 2020

A gigante sueca Ikea chegou a um acordo para o pagamento de 46 milhões de dólares aos pais de uma criança norte-americana que morreu em maio de 2017 depois de ser atingida por um móvel com gavetas. O menino, de dois anos, morreu sufocado. O modelo de cômodas Malm (que caiu sobre o garoto) é um dos artigos mais populares do fabricante sueco, mas já esteve envolvido na morte de, pelo menos, seis outras crianças.

Segundo revela o The New York Times, o advogado de Joleen e Craig Dudek, pais de Jozef, chegou ao acordo com a empresa, informação que foi confirmada por um porta-voz da varejista sueca. O casal processou o fabricante em 2017 num tribunal da Pensilvânia, nos Estados Unidos, onde fica a sede norte-americana da Ikea, argumentando que a empresa sabia que o design da sua linha de móveis era instável e que a cômoda tinha tendência para cair — a família também acusou a Ikea de não avisar os seus clientes sobre esse risco.

Em maio de 2017, quando o pai de Jozef foi verificar se estava tudo bem com o filho no quarto onde este dormia, o encontrou preso debaixo do móvel que tinha caído sobre ele. Jozef morreu horas mais tarde por asfixia causada pela compressão mecânica do pescoço, segundo o processo a que o diário norte-americano teve acesso.

“Apesar de nenhum acordo alterar os eventos trágicos que nos trouxeram aqui, pelo bem da família e de todos envolvidos, estamos gratos que este caso tenha tido uma resolução. Continuamos comprometidos a trabalhar para resolver questões de segurança que são muito importantes para nós”, disse o porta-voz da Ikea, ouvido pela BBC. 

Este não é o primeiro caso em que a Ikea tem de indenizar clientes pela morte de crianças. Em 2016, o fabricante sueco teve de pagar 50 milhões de dólares a outras três famílias cujos filhos morreram depois do móvel, com cerca de 32kg, cair em cima delas.

Em 2015, a Ikea lançou uma campanha nos EUA e no Canadá para convencer os donos das cômodas Malm a fixarem-nas às paredes. No ano seguinte, o gigante de mobiliário anunciou que iria recolher esse modelo de cômoda nos EUA e no Canadá depois de seis crianças terem morrido por causa da queda desses móveis. Na época, um porta-voz da empresa afirmou que as cômodas “reuniam todos os requisitos obrigatórios de estabilidade em todos os mercados onde foram vendidas” e que “deveriam estar presas à parede”, tal como dizem as instruções.

O grupo sueco informou que foram comunicadas seis mortes desde 2011 envolvendo cômodas da empresa, todas nos EUA. De acordo com o The New York Times, outras 91 crianças teriam ficado feridas pelo mesmo motivo.

(Com informações do Público, de Portugal) 

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