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Brasil tem 62,1 milhões de inadimplentes

Por Jeniffer Oliveira - 18 de Abril 2018

O volume de consumidores com contas em atraso e registrados em cadastros de  inadimplentes acelerou pelo sexto mês consecutivo de acordo com informações do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL). Em março, na comparação com o mesmo mês do ano passado, o crescimento da inadimplência foi de 3,13%. Na comparação entre março e fevereiro de 2018, o crescimento do número de devedores foi mais modesto, atingindo 0,85%. Em termos absolutos, aproximadamente 62,1 milhões de brasileiros encerraram o primeiro trimestre de 2018 com restrições no CPF, ou seja, inadimplentes. 

 

Na avaliação do presidente da CNDL, José Cesar da Costa, o crescimento da inadimplência do consumidor reflete o quadro de dificuldades econômicas que as famílias ainda enfrentam, como aumento do desemprego e queda da renda. “Embora o número de inadimplentes tenha crescido neste primeiro trimestre, o ritmo de alta é menor do que o verificado em momentos mais agudos da crise financeira”, acrescenta Costa.

 

Outro fator que precisa ser levado em conta para explicar esses números é que no final do ano passado foi revogada a legislação no Estado de São Paulo que exigia, por parte dos empresários, o envio de uma carta com Aviso de Recebimento (AR) antes de efetivar o registro de atraso. “Com a reversão da lei, muitas das negativações que estavam represadas entraram na base de dados de forma mais abrupta, contribuindo para um aumento na totalização de negativados”, explica Costa.

 

Dívidas retraem no comércio

 

Os dados por setor credor mostram que as dívidas que mais cresceram em março são as contas de telefone, TV por assinatura e internet, cuja alta observada foi de 7,76% na comparação anual. Os setores que mostraram queda em março são as contas de água e luz (-0,55%) e os crediários no comércio (-7,55%).

 

Em termos de participação, mais da metade (51%) das dívidas em atraso registradas no Brasil são com bancos ou demais instituições financeiras. Em seguida surgem o comércio (18%), contas com companhias de telefonia, TV por assinatura e internet (14%) e atrasos com as concessionárias de água e luz (8%).

 

Sudeste concentra maior número de negativados

 

A análise do indicador por região mostra que o Sudeste concentra o maior número de negativados, com 26,94 milhões de inadimplentes. Em seguida, aparecem o Nordeste (16,58 milhões), o Sul (8,12 milhões), o Norte (5,54 milhões) e o Centro Oeste (4,97 milhões). Já analisando o número de inadimplentes como proporção da população de cada região, o destaque é da região Norte, com 46% da população adulta negativada. A menor proporção é a da região Sul (36%).

 

Brasileiro na faixa dos 30 anos deve mais

 

O indicador também revela que é na faixa etária entre 30 e 39 anos que se observa a maior incidência de brasileiros negativados: mais da metade da população compreendida nesta faixa etária (51%) possui contas em atraso, totalizando aproximadamente 17,6 milhões de inadimplentes.

 

Para a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, a liderança da faixa etária dos 30 anos se explica pelo fato de que “geralmente, nessa idade as pessoas já são chefes de família e têm um número maior de compromissos a pagar, como aluguel, água, luz, entre outras despesas domésticas”, explica.

 

Por outro lado, o indicador mostrou que a população mais jovem é a que menos deve. Na faixa de e 18 a 24 anos, os inadimplentes representam 20% e formam um contingente de 4,8 milhões.

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