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Incerteza macroeconômica afeta a produção industrial argentina

Por Ari Bruno Lorandi - 27 de Setembro 2022

Em julho, a atividade industrial na Argentina registrou queda mensal de -0,2% em relação ao mês anterior (sem sazonalidade). No entanto, o mês foi afetado por maior incerteza macroeconômica, embora o impacto na produção tenha sido mais moderado do que o esperado, em função da redução dos estoques

 

O Relatório Industrial elaborado pelo Centro de Estudos da UIA (Unión Industrial Argentina) mostrou que 54% das empresas baixaram seus estoques de matéria-prima, enquanto o prazo de entrega dos fornecedores foi estendido.

 

Apesar de registrar aumentos na generalidade dos setores de atividade, o relatório da UIA destaca que “o segundo semestre do ano começou com elevada incerteza e uma perspectiva mais complexa para a produção, fruto de tensões macroeconómicas e restrições ao acesso a divisas e ao comércio externo”. Pelo menos 74% das empresas tiveram dificuldades para obter suprimentos e 70% para pagar as importações. Da mesma forma, 32% interromperam parte de suas operações, enquanto outras 46% consideraram provável que o fizessem em breve.

 

Isso teve um impacto negativo nas expectativas: o percentual de empresas com expectativas positivas sobre sua própria situação econômica caiu para 33,5% (46,1% na pesquisa anterior), recuando pela segunda pesquisa consecutiva. Enquanto isso, as expectativas sobre a situação do país também mostraram deterioração: apenas 21,4% das empresas esperam que a situação econômica melhore no próximo ano. 

 

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Outro elemento de incerteza esteve associado ao aumento dos preços do crédito. “Isto refletiu-se num aumento das taxas de juro, o que poderá ter um impacto negativo no financiamento das empresas, principalmente PME, dado que é o segmento que mais aumentou o seu financiamento nos últimos meses”, indica o trabalho da UIA.

 

Com esse panorama, a perspectiva traçada pela entidade quanto ao desempenho da atividade industrial para os próximos meses do ano, indica que ela será influenciada pelo futuro das principais variáveis ​​macroeconômicas, que ficará condicionada pela alta inflação, dificuldades para o oferta de insumos e o aumento do custo do crédito. “A continuidade das medidas destinadas a aumentar a receita de divisas e reduzir a incerteza será essencial”, conclui o relatório.

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